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O dólar cai em relação ao real nesta terça-feira (20), devolvendo parte do ganho acumulado nas últimas duas sessões. O mercado segue monitorando o quadro político nacional, ainda diante de dúvidas sobre a permanência do ministro Joaquim Levy na Fazenda, enquanto espera pela decisão de política monetária do Banco Central na próxima quarta (21).
Às 13h10 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,53%, para R$ 3,874 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, operava praticamente estável, com leve recuo de 0,05%, para R$ 3,876.
As dúvidas em torno da permanência de Levy à frente da Fazenda, que ajudaram o dólar a subir na véspera, permanecem no radar dos investidores nesta terça-feira. O receio é que uma mudança na equipe econômica possa atrasar ainda mais a aprovação de importantes medidas de ajuste fiscal para que o governo possa controlar suas contas.
Reportagem da Folha de S.Paulorevelou que a equipe econômica encontrou um buraco de quase R$ 50 bilhões nas receitas estimadas para este ano e discute com a presidente Dilma Rousseff o que fazer para definir as mudanças na meta fiscal encaminhada ao Congresso.
Na sua última avaliação orçamentária, divulgada em setembro, o governo estimou que as receitas deste ano chegariam a R$ 1,112 trilhão. O número já representava uma queda de R$ 11,3 bilhões em relação ao projetado em julho. Agora há uma nova queda estimada em perto de R$ 50 bilhões.
Ainda no cenário interno, o mercado espera que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) mantenha na próxima sessão a taxa básica de juros, a Selic, inalterada em 14,25% ao ano. Esta é a expectativa de todos os 53 economistas consultados pela agência internacional de notícias Bloomberg.
O mercado de juros futuros operava em queda na BM&FBovespa às 13h10. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2016 cedia de 14,304% para 14,282%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,730%, ante 15,820% na sessão anterior.
AÇÕES EM BAIXA
O mercado de ações brasileiro acompanhava o mau humor externo e caía. O Ibovespa tinha desvalorização de 0,60% às 13h10, para 47.164 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,8 bilhão.
No exterior, as Bolsas de Nova York operavam perto da estabilidade, após terem aberto com quedas em torno de 0,3%. Na Europa, os índices acionários caminhavam para fechar no vermelho, liderados pelo Ibex, de Madri, que cedia quase 1%.
As ações preferenciais da mineradora Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 1,97% em São Paulo, para R$ 14,36 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, recuavam 2,07%, a R$ 17,43. O movimento refletia nova queda nos preços do minério de ferro negociado na China —principal destino das exportações da companhia brasileira.
O recuo de bancos também ajudava a sustentar o desempenho negativo do Ibovespa na sessão. O Itaú cedia 1,49%, enquanto o Bradesco tinha baixa de 0,90% e o Banco do Brasil, de 2,29%. O movimento era compensado em partes pela alta de 2,01% das ações preferenciais da Petrobras, para R$ 8,11 cada uma.