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O dólar ampliou a volatilidade nesta terça-feira (29) em meio a um volume de negócios inferior ao da segunda-feira (28). Pela manhã, a continuidade do fluxo financeiro positivo no mercado à vista garantiu a queda de preço, após a abertura em leve alta da moeda, e um recuo de 1,77% da taxa Ptax diária, para R$ 3,8492 (-1,77%), segundo os operadores de câmbio.
Na segunda parte da sessão, porém, o sinal se inverteu. A moeda norte-americana retomou o viés positivo e renovou máximas sequenciais, sob pressão técnica antecipada exercida pelos investidores "comprados" em contratos cambiais (que apostam na alta de preço), disseram as fontes consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
"Além dos ingressos de dólares de investidores chineses destinados ao pagamento, amanhã, das usinas de energia arrematadas em leilão no fim de novembro, houve entrada de recursos destinadas à Hypermarcas", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Segundo ele, o mercado também está atento ao fluxo que virá de cerca de R$ 1,9 bilhão da venda pela Petrobras de 49% dos ativos de distribuição de gás natural, reunidos na subsidiária Gaspetro, para a japonesa Mitsui. Além disso, segundo ele, não houve reação aos dados ruins do Governo Central na segunda-feira nem aos do setor publico consolidado nesta terça porque o dólar já precificou a deterioração dos fundamentos fiscais do governo.
Além de confirmar influência técnica sobre a valorização do dólar, o superintendente regional de câmbio da SLW Corretora, João Paulo de Gracia Corrêa, apontou correlação com o mercado externo. Ele observou que o ajuste positivo frente o real ocorreu após a divulgação de um forte aumento do índice de confiança do consumidor dos EUA medido pelo Conference Board, para 96,5 em dezembro, de 92,6 em novembro (dado revisado). A previsão dos analistas era de um avanço menor do indicador, a 93,5.
No fechamento do mercado à vista, o dólar foi cotado em alta de 0,63%, a R$ 3,8843 no balcão. O volume financeiro total registrado na clearing de câmbio somava cerca de US$ 1,046 bilhão, ante cerca de US$ 1,6 bilhão contabilizados na segunda.
Na BM&FBovespa, às 17h15, o dólar com vencimento em janeiro de 2016 subia 0,38%, a R$ 3,9170. O giro total movimentado somava cerca de US$ 10,520 bilhões.