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A atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, anunciou nesta sexta-feira (22) que será candidata a um segundo mandato à frente da instituição.
Numa entrevista ao canal de televisão France 2, Lagarde confirmou a candidatura ao cargo, cujo novo titular deverá ser designado em março, e se mostrou confiante de que o caso judicial em que está envolvida na França – apontado como um dos principais obstáculos às suas pretensões de continuar à frente do FMI – terminará com uma decisão a seu favor.
"Continuo convicta de que atuei no interesse do Estado, de acordo com a lei”, destacou Lagarde, citada pela agência EFE, numa referência ao caso em que está indiciada por suspeita de “negligência” na gestão de fundos públicos por ter concedido uma indenização multimilionária do Estado ao empresário Bernard Tapie, em 2007, quando estava à frente da pasta das Finanças.
Lagarde adiantou que já recebeu apoio “da França, do Reino Unido, da Alemanha, China, Coreia [e] do México”, assim como declarações “extremadamente elogiosas” do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e do seu secretário do Tesouro, Jack Lew, que afirmou “esperar continuar a trabalhar” com ela.
O governo francês, sem se referir diretamente à eventualidade de um novo mandato de Lagarde à frente do FMI, manifestou, por meio do primeiro-ministro, o socialista Manuel Valls, apoio àquela que foi ministra das Finanças de Nicolas Sarkozy.
Questionado na quinta-feira, no Fórum Econômico de Davos, em que participou, se apoiaria Largarde caso ela se recandidatasse, Valls respondeu que o seu ministro das Finanças, Michel Sapin, se pronunciaria em breve sobre o assunto. “Tudo o que posso dizer hoje é que as autoridades francesas apoiam Christine Lagarde e têm nela uma grande confiança”, afirmou.
Relativamente à revisão em baixa das previsões de crescimento do FMI, divulgadas na terça-feira passada, a diretora executiva considerou que “não são catastróficas” e acrescentou que, em relação ao ano passado, é antecipada uma aceleração do ritmo em 2016 (3,4%) e em 2017 (3,6%).
Respondendo aos que alertam para o risco de formação de bolhas financeiras, Lagarde defendeu a manutenção das políticas de juros baixos e de injeção de liquidez por parte do Banco Central Europeu, do Banco de Inglaterra ou do Banco Central de Japão, porque “os preços estão extremamente baixos”.
Contudo, destacou que “a política monetária não pode por si só” solucionar os problemas e que, a par das iniciativas dos bancos centrais, fazem falta políticas orçamentais e reformas.