A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirmou nesta quarta-feira (13) que a produção da commodity fora do cartel tem recuado mais fortemente que o esperado. A informação é divulgada no momento em que os produtores continuam a enfrentar um período de quase dois anos durante os quais os preços do petróleo têm ficado em geral em trajetória negativa.
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A Opep previu nesta quarta-feira (13) que uma aguardada contração na oferta de petróleo de fora do cartel tem sido mais forte que a prevista. Em março, a Opep previu que a produção de fora do grupo recuaria 700 mil barris por dia neste ano. Agora, a Opep espera que essa produção tenha queda de 730 mil barris por dia.
O corte ocorreu devido a expectativas menores para produção de petróleo em campos onshore já desenvolvidos na China e a mais declínios nos EUA e no Reino Unido, onde projetos têm sido adiados por causa dos preços mais baixos do petróleo.
A nova estimativa não representa uma revisão dramática na expectativa de produção de fora da Opep, mas operadores têm se concentrado recentemente em como os preços mais baixos atuais afetam a produção. Muitos produtores têm cortado fortemente seus gastos, o que leva a crescentes expectativas de um corte potencialmente forte na oferta global, que poderia ajudar a equilibrar os mercados e impulsionar os preços.
Uma queda mais forte que a esperada poderia ser positiva para os preços do petróleo, mas a Opep também advertiu sobre as crescentes incertezas para a demanda global pela commodity. Além disso, informou que o Irã tem elevado sua produção.
A nova projeção é divulgada no momento em que vários produtores, entre eles Rússia e Arábia Saudita, se preparam para uma reunião no domingo sobre um potencial congelamento na produção. Teerã até agora rejeita essa alternativa.
A Opep cortou em seu relatório mensal a previsão para o crescimento na demanda por petróleo em 2016 em 50 mil barris por dia. A demanda pela commodity deve agora aumentar 1,20 milhão de barris por dia, para 94,18 milhões de barris por dia, segundo as projeções mais atualizadas. O corte, ainda que modesto, se dá por causa do cenário econômico mais fraco na América Latina e por incertezas no crescimento chinês, disse o cartel.
"Há grande incerteza sobre se o enfraquecimento da atividade econômica na América Latina e os sinais de uma desaceleração na China serão refletidos nos dados de demanda por petróleo, especialmente para a China", diz a Opep. Em particular, a economia do Brasil tem sido duramente atingida, em meio a um escândalo de corrupção que envolve a gigante petroleira estatal Petrobras.
As dúvidas sobre o apetite global por petróleo ocorrem no momento em que o Irã eleva sua produção, após se livrar de sanções internacionais em janeiro.
A Opep disse que a produção geral de petróleo do cartel aumentou 15 mil barris por dia, para 32,25 milhões de barris por dia em março. A alta foi impulsionada pelo Irã, cuja produção avançou 139.400 barris por dia, para 3,291 milhões de barris por dia no mês passado.
Uma reunião de produtores debaterá um possível congelamento na produção neste domingo em Doha, no Catar. A intenção dos países envolvidos é sustentar os preços. Fonte: Dow Jones Newswires.