O dólar à vista começou a semana com uma alta de 1,41%, cotado a R$ 3,5732, em um dia de intensa movimentação no cenário político. O 12º dia do governo Michel Temer foi marcado por sua primeira grande crise política, com a notícia de que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, havia sugerido a realização de um pacto para deter o avanço da Operação Lava Jato. Com os investidores em busca de posições defensivas, o dólar se manteve em alta durante todo o dia.
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O jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira divulgou gravação de conversa entre Jucá e o ex-dirigente da Transpetro Sérgio Machado, ligado ao PMDB, a respeito da Lava Jato. "Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria", disse Jucá. Na menor cotação do dia, vista às 9h39, o dólar marcou R$ 3,5486 (+0,72%). Depois disso, renovou máximas em vários momentos da sessão. O exterior contribuía para isso, com o dólar em alta ante várias divisas de países emergentes e exportadores de commodities, em função do recuo dos preços do petróleo.
Até o fim da tarde, a moeda americana acabou desacelerando um pouco os ganhos, até porque a crise com Jucá ganhou desdobramentos. Após participar, ao lado de Michel Temer, da apresentação no Senado da proposta fiscal para 2016, Jucá anunciou que se licenciará do Ministério do Planejamento a partir de amanhã. Ele pedirá que o Ministério Público se manifeste sobre o caso e, até lá, seguirá fora do ministério. Em seu lugar, interinamente, assume o secretário executivo da pasta, Dyogo Oliveira. Na prática, até que haja alguma reversão, Jucá é o primeiro ministro de Temer a deixar o governo.