O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, declarou nessa sexta-feira (18) que a Venezuela perderá o direito a voto no Mercosul em dezembro e indicou que, para Montevidéu, isso não implicará sua expulsão do bloco.
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"Para o Uruguai, o que vai acontecer (em dezembro) é que a Venezuela vai deixar de ser membro com voto, porque não internalizou toda a normativa do Mercosul", disse o chanceler Nin Nova à imprensa.
Presidência rotativa do bloco
Em agosto do ano passado, a Venezuela deveria ter assumido a presidência rotativa do bloco, mas Brasil, Argentina e Paraguai se opuseram, devido à explosiva crise política nesse país.
Em consenso com o Uruguai, os quatro países decidiram, em setembro, assumir a condução colegiada do Mercosul e dar à Venezuela prazo até dezembro para que se ajustasse às regras da união aduaneira, sob pena de suspendê-la.
"Esse foi o acordo que estabelecemos. Para outros países, agora mudou a situação, e querem que Venezuela não participe mais do Mercosul. Desse ponto de vista, estamos contra isso, porque também não há normas para isso", completou.
No final de outubro, os presidentes Mauricio Macri (Argentina) e Tabaré Vázquez (Uruguai) expressaram sua preocupação com a deterioração da situação na Venezuela e defenderam uma "solução pacífica" para a crise.
Macri chegou a pedir que a Venezuela seja excluída do bloco, porque "lá não se respeitam os direitos humanos".