O CEO e fundador demitido da Uber, Travis Kalanick, está pedindo o arquivamento de um processo de um investidor contra ele, qualificado como parte de um ataque pessoal para afastá-lo da empresa.
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A resposta a um processo apresentado na semana passada pelo investidor inicial da Uber, a Benchmark Capital, disse que o litígio faz parte de um esforço "vergonhoso" para tirar Kalanick de qualquer influência na gigante de transporte particular.
O processo da Benchmark, apresentado num tribunal em Delaware, acusa Kalanick de fraude, violação de contrato e conspiração para manipular o conselho diretor a autorizar sua volta ao cargo de CEO após sua demissão em junho.
Em sua resposta, Kalanick alegou que a Benchmark "começou a secretamente planejar um esforço para excluí-lo" e "executou seu plano no momento mais vergonhoso", após a morte de sua mãe em um acidente, em maio.
O documento disse que membros do investidor "entregaram a Kalanick uma carta de demissão e disseram que ele tinha horas para assinar, ou então a Benchmark iria começar uma campanha pública contra ele", mais cedo neste ano.
Ele, por fim, acabou cedendo, "dado seu estado emocional", de acordo com o pedido de arquivamento.
Kalanick argumentou que o processo - que tornou públicas tensões e disputas internas na empresa financiada por capital de risco mais valiosa do mundo - deveria ser arquivado, e a disputa, resolvida na arbitragem.
Ainda segundo ele, a Benchmark almeja "silenciá-lo e afastá-lo" e bani-lo efetivamente de qualquer tomada de decisões na companhia de São Francisco.
A Benchmark pediu para o tribunal banir Kalanick de tratar com a direção de qualquer forma, argumentando que o ex-CEO estava tentando colocar pessoas leais a ele no conselho para deixar seu caminho livre para voltar à empresa.
Kalanick - que foi o motor da forte expansão global da Uber, mas cujo estilo impetuoso fazia dele um risco - ainda tem uma boa parcela de ações na empresa, avaliada em 68 bilhões de dólares.
A companhia pioneira tem enfrentado pressões para controlar o estilo descontrolado de gestão de Kalanick, de 40 anos, e reformar o ambiente de trabalho.
A saída de Kalanick marcou um período complicado para a gigante global de transporte com motorista, que foi criticada por relatos perturbadores de um ambiente de trabalho extremamente competitivo, assédio, discriminação e táticas comerciais questionáveis para prejudicar os rivais.