Fora do Brasil, o contexto da geração nem-nem é diferente. Ela é fruto da crise de 2008, sobretudo nas nações pertencentes à Zona do Euro. Por aqui, a maioria dos jovens desse grupo é pobre. Muitos são mulheres, com destaque para aquelas que tiveram filho muito cedo e não têm com quem deixar as crianças nem contam com assistência do governo.
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Assim como Sicleide, Rosemary Monteiro, 21 anos, mora em Nova Descoberta. Com um filho de quatro anos, nem trabalha nem estuda. Largou a escola no 1º ano do ensino médio. Apesar de ter curso de arquivologista e, na bagagem, dois anos de trabalho no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), ela diz que não consegue emprego.
No Recife, o IBGE mostra que 33,9% dessa geração não chegaram a finalizar o nível fundamental e 16,5% terminaram o fundamental, mas não completaram o nível médio. Chama atenção na cidade os 35% com 11 anos ou mais de estudo, ou seja, que completaram pelo menos o ensino médio. Na prática, também é possível que muitos desses jovens façam parte das classes A e B.
O coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, observa que a PME não levanta exatamente o que esses jovens fazem. Isso significa que alguns podem não estar na escola nem no trabalho, mas podem estar estudando para o vestibular ou para prestar algum concurso. “Essa é uma lacuna da pesquisa a ser suprida”, adianta o coordenador.
De toda forma, assusta o alto percentual dentro da geração nem-nem que nunca fez um curso de qualificação profissional ou frequentou, por exemplo, uma escola de idioma. São 76,4% na capital pernambucana e uma média de 76,2% nas seis localidades abordadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. Lá atrás, em 2003, esses percentuais eram de 85,1% e 88,2%, respectivamente. Apesar da redução, os percentuais ainda são considerados bastante elevados.