O mercado de crédito imobiliário deverá crescer em torno de 5% neste ano. O percentual está bem abaixo das projeções iniciais para o período, de 15%, e do avanço verificado um ano antes, de 32% em relação a 2012.
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Para este ano, a estimativa do presidente da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança), Octavio de Lazari Junior, é chegar a um montante de R$ 115 bilhões. Apesar do crescimento modesto, o total deve bater o recorde histórico de desembolso do ano passado, de R$ 110 bilhões.
"Foi um ano difícil, mas vitorioso por tudo o que aconteceu [Copa e eleições acirradas]. O consumidor está mais seletivo e rigoroso, e a indústria lançou menos", disse ele, em evento promovido pela Fiabci/Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e pelo Secovi (sindicato do mercado imobiliário), em São Paulo.
Até outubro, segundo Lazari, a expansão foi de 5,1% sobre os primeiros dez meses de 2013, com avanço de 7,3% para a aquisição de imóvel e estabilidade para a produção.
Para o presidente da Abecip, a situação do crédito imobiliário é confortável, com pilares sólidos que o fazem crescer -baixo desemprego, confiança do consumidor e o baixa inadimplência.
Lazari discorda da análise de que os bancos estejam mais conservadores na concessão do crédito e que isso tenha contribuído para a desaceleração: "O crédito imobiliário foi eleito como uma carteira de trabalho relevante dos bancos", afirmou. "A perenidade do relacionamento com o cliente favorece."
Quanto à perspectiva de aumento da taxa básica de juros, Lazari não vê impacto direto no financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação. "Apesar de a taxa estar em alta, não há aumento significativo. Desde junho, os bancos já operam com taxas levemente mais altas", disse.
Para 2015, ele projeta que o setor, ao menos, repita o desempenho de 2014. "Gostaria de divulgar previsão de crescimento de 10% para 2015, mas preciso dos dados de novembro [deste ano], que ainda não saíram", afirmou.
Além de perspectivas melhores para o setor como um todo, ele vê como "divisor de águas" a medida provisória 656 que trata, entre outras coisas, da simplificação no registro de imóveis.
A nova legislação, que entrou em vigor em 7 de novembro, reduziu de 14 para 4 os procedimentos necessários para registrar propriedades.
"Calculamos que a economia de tempo no registro do imóvel seja de 40%", disse Lazari, que também vê como impulso a efetivação do registro eletrônico de imóveis para cartórios.