O Banco Central confirmou nesta terça-feira (16) que irá manter o programa de intervenções diárias no câmbio a partir de 1º de janeiro de 2015.
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O presidente da instituição, Alexandre Tombini, disse que o governo avalia se vai continuar com o volume atual de contratos de swap cambial vendidos diariamente, US$ 200 milhões, ou se irá reduzir o valor.
"No mínimo 50 milhões (de dólares) por dia. No máximo, 200 milhões (de dólares) por dia", afirmou após participar de audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado).
O programa atual foi criado em agosto de 2013 e vem sendo renovado a cada semestre, com algumas modificações. A fase atual do programa estava prevista para acabar em 31 de dezembro de 2014.
O estoque de contratos de swap que estão hoje nas mãos do mercado ultrapassa US$ 100 bilhões, valor inédito.
Durante a audiência, Tombini afirmou que o movimento de alta do dólar afeta várias moedas ao redor do mundo e que o BC não pretende segurar as cotações, mas oferecer proteção ao mercado.
A ação do BC, segundo ele, será usar a taxa de juros para evitar que a alta do dólar se transforme em inflação.
"Não estamos combatendo a juste do real em relação ao dólar", afirmou. "Estamos olhando para os efeitos secundários da depreciação e buscando contê-los."
INFLAÇÃO - O presidente do BC afirmou que a inflação em 2014 deve ficar abaixo do limite de 6,5% (está em 6,56% nos 12 meses encerrados em novembro). Para isso, o IPCA não pode superar 0,86% no último mês do ano. "Acreditamos que inflação de dezembro será menor que isso. Logo, estaremos abaixo de 6,5%."
Para 2015, o BC espera uma inflação "o mais baixo possível dentro do limite", considerando o ajuste do dólar no mundo e reajustes de preços administrados. "Tem muitos reajustes programados", afirmou em relação ao início de 2015, quando o BC espera que a inflação em 12 meses atinja seu "pico".
"Vamos trabalhar para que ela esteja no centro da meta de 4,5% no final de 2016", afirmou.
FISCAL - Sobre a política fiscal, Tombini reafirmou que será um desafio fazer uma economia de 1,2% do PIB nas contas públicas com uma conjuntura que não é das mais benignas. "Vai ser desafiante, mas é factível."
Lembrou ainda que um estudo do BC mostrou que o ajuste fiscal com corte de despesas gera mais resultados do que quando feito por meio de aumento de tributos.
"A despesa é um para um. Na receita, uma parte é consumida, outra é poupada (pelo governo)", disse.
"Às vezes não é possível fazer só pelo lado da despesa, mas deixo meus colegas (Joaquim) Levy e Nelson (Barbosa) tratar desse assunto", afirmou, ao se referir aos futuros ministros da Fazenda e do Planejamento.