Mercado financeiro

Bolsa respira após três quedas e fecha em alta de 3,6%; dólar cai para R$ 2,70

O Ibovespa subiu 3,63%, para 48.713 pontos

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Publicado em 17/12/2014 às 18:20
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O Ibovespa subiu 3,63%, para 48.713 pontos - FOTO: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
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A trégua na aversão ao risco no exterior ajudou o principal índice da Bolsa brasileira a fechar no azul nesta quarta-feira (17), depois de três quedas seguidas. O movimento foi potencializado pelo vencimento de opções sobre índice e índice futuro (quando termina o prazo de contratos que apostam na pontuação de indicadores), o que impulsionou setores como siderúrgico, bancos e ações ligadas às commodities.

O Ibovespa subiu 3,63%, para 48.713 pontos. É a maior alta diária desde o ganho de 5,02% registrado em 21 de novembro. O setor siderúrgico esteve entre os maiores ganhos, com CSN subindo 11,74%, para R$ 5,52, enquanto a ação preferencial (sem direito a voto) da Usiminas avançou 8,08%, para R$ 5,35.

As ações de siderúrgicas, segundo analistas, também foram influenciadas pela disputa entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da Usiminas e o cenário de desvalorização do real no mês. Também circularam rumores sobre eventual fim de descontos da China nos impostos de exportação de alguns produtos siderúrgicos contendo boro.

"Em dias que há vencimento de opções desse tipo, há muita operação estruturada que envolve ações do Ibovespa. Os operadores têm que comprar papéis e zerar suas posições nas últimas três horas do pregão, o que empurra para cima as cotações", disse Fabio Gaudino, trader da Guide Investimentos.

Segundo o analista, o ambiente mais favorável também colaborou para o ânimo da Bolsa. "A aprovação da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] e o comprometimento do próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com uma política econômica mais firme foram vistos com bons olhos pelos investidores", afirmou.

No exterior, as Bolsas dos Estados Unidos subiam. Os investidores estiveram atentos ao desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano). A autoridade disse que será "paciente" para subir os juros naquele país. Um aperto monetário é esperado para meados de 2015, segundo analistas.

Papéis da Petrobras subiram, mesmo após declaração da presidente da estatal, Graça Foster, de que o balanço da empresa pode não trazer informações confiáveis sobre os descontos feitos no patrimônio atribuído a corrupção. As ações preferenciais ganharam 2,99%, para R$ 9,66 cada um, enquanto as ordinárias, com direito a voto, avançaram 3,91%, para R$ 9,04.

No setor financeiro, fecharam no azul Itaú Unibanco (+5,05%), Banco do Brasil (+7,86%) e a ação preferencial do Bradesco (+4,90%). Este é o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.

Do outro lado da Bolsa, a Oi despencou 9,62%, para R$ 0,94. Na véspera, a companhia defendeu a venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom SGPS, alegando que a alienação desses ativos permitirá reforçar sua capacidade financeira e participar de uma eventual fusão ou compra da TIM.

CÂMBIO

No câmbio, o dólar chegou a abrir esta quarta-feira (17) em alta, mas inverteu a tendência no final da manhã. A virada refletiu o fortalecimento da moeda russa, após o rublo ter despencado nos últimos dias -movimento que forçou o banco central da Rússia a subir drasticamente sua taxa de juros-, além de dados fracos de inflação nos EUA terem aliviado cautela sobre um aumento antecipado nos juros nos EUA.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 1,32% sobre o real, cotado em R$ 2,700 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,24%, para R$ 2,701. A moeda americana chegou a bater R$ 2,75 durante a manhã.

O ministério russo de Finanças anunciou nesta quarta (16) que venderá reservas de divisas estrangeiras para apoiar o rublo que, nas palavras do ministério, está "extremamente desvalorizado". Apenas na última segunda-feira (15) a moeda russa perdeu 9,58% sobre o dólar. Na terça (16), perdeu mais 8,62%.

Aqui no Brasil, a confirmação de continuidade das intervenções do Banco Central no câmbio em 2015 também colabora para o alívio no mercado. Os operadores, no entanto, aguardam detalhes sobre o tamanho dessas atuações.

Nesta quarta (17), o BC fez seu leilão diário de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 195,6 milhões. A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 487,1 milhões.

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