As usinas sucroalcooleiras da região Centro-Sul do país devem fechar o ano com um total de 567 milhões de toneladas de cana de açúcar processadas, o que representa queda de 5% sobre o volume registrado no ano passado (597 milhões). A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (18) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
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Até o último dia 1º, a moagem atingiu 554,09 milhões de toneladas, o que significa redução de 7,8% sobre a produtividade do mesmo período do ano passado. De acordo com a Unica, o setor foi afetado pela estiagem que castigou, principalmente, as lavouras em São Paulo e em Minas Gerais. De acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), houve quebra de produtividade de 7,8% comparado a 2013 e, só em São Paulo, a produtividade caiu 12,1% até o fechamento de novembro. Este percentual, no entanto, ficou abaixo da previsão de agosto último, que indicava recuo de 15,7%.
“O impacto da estiagem sobre a safra da cana só não foi maior porque houve aumento de área e produtividade em algumas regiões que não foram atingidas pela falta de chuva”, justificou Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica. Entre essas áreas estão as situadas em Mato Grosso do Sul e em Goiás. A produção em Goiás já ultrapassou a das demais localidades e até novembro apresentou crescimento de 5%.
Segundo ele, o valor de mercado na venda de etanol e de açúcar oscilou em R$ 104,25 por tonelada ante R$ 98,05, no ano passado. Com a redução da moagem, no entanto, houve prejuízo superior a R$ 3 bilhões para as indústrias e para os produtores rurais.
Mesmo com a redução da moagem prevista, as usinas vão produzir mais etanol do que em 2013 com volume passando de 25,58 bilhões de litros (safra 2013/2014) para 25,81 bilhões de litros (2014/2015). Já a produção de açúcar deve cair 6,88% com 31,94 milhões de toneladas ante 34,3 milhões de toneladas na safra passada.
Esse número ainda pode oscilar, mas pelas previsões apresentadas por Pádua, haverá redução de receita nas exportações de US$ 2,2 bilhões, sendo que o principal destino continua sendo a China – que consome 9,2% das venda externas brasileiras de açúcar, seguida pelos Emirados Árabes (8,8%) e Bangladesh (7,8%).
Para a próxima safra, o executivo observa que ainda há uma indefinição sobre os efeitos da diminuição, em 14,8%, do plantio de cana-de-açúcar neste ano. "Se tudo correr bem, é possível repetir, no ano que vem, o desempenho deste ano", disse ele.