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Ação da Petrobras atinge menor valor desde 2004, com tombo do petróleo

O Ibovespa fechou o dia com desvalorização de 2,05%

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Publicado em 05/01/2015 às 18:24
Marcos Santos/ USP Imagens
O Ibovespa fechou o dia com desvalorização de 2,05% - FOTO: Marcos Santos/ USP Imagens
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Envolvida em uma série de denúncias de corrupção que a impediram de divulgar seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano passado, a Petrobras viu suas ações desabarem nesta segunda-feira (5) ao menor valor desde 2004, na esteira do tombo nos preços do petróleo no exterior.

O movimento da estatal pressionou o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, que fechou o dia com desvalorização de 2,05%, para 47.516 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,491 bilhões -acima do volume médio diário em janeiro, de R$ 5,221 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

As ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, perderam 8,01%, para R$ 8,61cada uma. É o menor valor desde 21 de maio de 2004, quando valiam R$ 8,40. Já os papéis ordinários da estatal, com direito a voto, encerraram o pregão em queda de 8,11%, para R$ 8,27 -preço mais baixo desde 30 de setembro de 2004, quando estava em R$ 8,23. No final do ano passado, essas ações já haviam atingido seus menores níveis em mais de dez anos.

Em Londres, o contrato mais negociado do barril de petróleo Brent caía 5,30%, às 17h30 (de Brasília) para US$ 53,43. Já o contrato mais negociado do petróleo em Nova York cedia 4,59%, para US$ 50,27 -mais cedo, a cotação esteve abaixo de US$ 50 por barril, menor valor desde meados de 2009.

"No curto prazo, o que mais afeta as ações da Petrobras é o escândalo de corrupção dentro da empresa e seu impacto no balanço da companhia. Mas, no longo prazo, a cotação do petróleo prejudica bastante a petroleira. Dependendo do nível que o preço se estabilizar, pode até inviabilizar o pré-sal", disse Fernando Góes, analista da Clear Corretora.

Para Góes, o nível mais baixo das commodities no exterior "veio para ficar", e deve continuar pesando negativamente os mercados. "É um grande impulsionador de PIB para EUA, mas ruim para as economias emergentes bastante dependentes das commodities, como Rússia e Brasil."

A avaliação de Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora, é que a deterioração da crise grega, somada à queda do petróleo, traz um cenário negativo aos mercados de ações globais "pelo menos ao longo do primeiro trimestre" de 2015.

O governo de coalizão à frente da Grécia não obteve sucesso na aprovação de um presidente, e a escolha deverá ser feita em eleição popular marcada para o final de janeiro. "O mercado teme que essa economia saia da Zona do Euro", afirmou Gala.

Com aversão ao risco generalizada nos mercados internacionais, os principais índices de ações da Europa fecharam no vermelho. Nos EUA, as Bolsas de Nova York afundaram quase 2% nesta segunda.

LEVY NA FAZENDA

Na cena interna, o mercado se atentou para a posse do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em seu primeiro discurso como titular da pasta, ele afirmou que possíveis ajustes em tributos serão considerados em sua gestão, para aumentar a poupança doméstica do país.

"No geral, a fala de Levy ajudou marginalmente o mercado. Os bancos, que estavam caindo desde cedo, passaram a subir no meio da tarde, após o discurso do novo ministro", disse Góes. Para o analista, o mercado ainda pode digerir os nomes da equipe de Levy nos próximos pregões.

Entre os bancos, o Itaú Unibanco fechou a segunda-feira (5) em alta de 0,50%, para R$ 34, enquanto o papel preferencial do Bradesco avançou 0,15%, para R$ 34,35. Ambos chegaram a ter alta de mais de 1% ao longo do dia. Já o Banco do Brasil acompanhou a maioria dos papéis no Ibovespa e fechou em baixa de 2,08%, para R$ 22,18.

 

 

 

 

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