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Bolsa tem terceira alta e dólar cai para R$ 2,57 após estímulo na Europa

O Ibovespa fechou a sessão com valorização de 0,44%, para 49.442 pontos

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Publicado em 22/01/2015 às 18:15
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O Ibovespa fechou a sessão com valorização de 0,44%, para 49.442 pontos - FOTO: Marcos Santos /USP Imagens
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O anúncio de programa de estímulo na zona do euro repercutiu positivamente no mercado financeiro global nesta quinta-feira (22). No Brasil, o principal índice da BM&FBovespa chegou a subir 2,15% logo após a medida, enquanto o dólar caiu até R$ 2,55 durante a tarde.

O Ibovespa fechou a sessão com valorização de 0,44%, para 49.442 pontos. Foi a terceira alta consecutiva. O volume financeiro foi de R$ 8,155 bilhões, acima da média diária do ano, em torno de R$ 6 bilhões. No exterior, os índices de ações europeus subiram mais de 1%, assim como as Bolsas dos Estados Unidos.

No câmbio, a expectativa de entrada de novos recursos no mercado através do programa do BCE gerou mais um dia de alívio sobre a cotação do dólar. A moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 1,50% sobre o real, cotada em R$ 2,570 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 1,26%, para R$ 2,574.

O BCE (Banco Central Europeu) anunciou um plano para comprar títulos privados e públicos que totalizará 60 bilhões de euros mensais. De acordo com o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, o programa começará em março de 2015 e inicialmente está previsto para terminar no final de setembro de 2016.

O valor final do pacote de estímulos foi superior ao que o mercado especulava, que era de 50 bilhões de euros mensais. Pela manhã desta quinta (22), o BCE havia anunciado a manutenção de suas taxas de juro, deixando os custos de empréstimos em mínimas recordes.

"Normalmente, essas medidas são consideras nos preços dos ativos com antecedência. O mercado sempre se antecipa. Os rumores sobre o programa já existiam há semanas, por isso o avanço da Bolsa perdeu força durante a tarde", diz Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer.

Segundo Wolwacz, medidas que deram certo em outros países tendem a ser melhor recebidas pelos investidores quando outras economias as adotam. "O programa europeu é similar ao realizado pelo Fed [BC dos EUA] entre 2008 e 2014. O resultado do estímulo americano foi super positivo para as Bolsas daquele país, o que alimenta boas perspectivas para o quadro da zona do euro."

Wolwacz lembra, no entanto, que o futuro da economia europeia ainda é incerto. "Há otimismo em relação ao programa, especialmente se ele der certo como ocorreu nos EUA. Mas, claro, estamos falando de regiões com características bem diferentes. Ninguém sabe se as medidas vão surtir o efeito desejado ou não."

A equipe de análise do Banco Espírito Santo avaliou a decisão do BCE como positiva, uma vez que reduz o risco de estagnação e deflação na zona do euro. Segundo o banco, o programa do BCE é positivo para o cenário de liquidez global (quantidade de recursos em circulação através dos investimentos).

"É esperado que a inflação nos mercados desenvolvidos teste ciclos de baixa no primeiro semestre, evitando uma inclinação da curva de juros no nosso cenário principal, o que reafirma nossa projeção de melhora no apetite ao risco na segunda metade do ano", afirmou o BES em nota.

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