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Funcionários fazem paralisação de uma hora em aeroportos do país

Por uma hora, nenhuma aeronave deveria levantar voo

Da Folhapress
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Publicado em 22/01/2015 às 9:00
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Por uma hora, nenhuma aeronave deveria levantar voo - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Aeroviários e aeronautas fazem uma paralisação de uma hora nos aeroportos do país, na manhã desta quinta-feira (22). Segundo informações do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), nenhuma aeronave deve levantar voo, entre 6h e 7h.

Rodrigo Spader, vice-presidente do SNA, disse que ao menos 500 funcionários de empresas aéreas, até aqueles que estão de folga, protestam segurando faixas no saguão do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, para dar apoio à greve. " Temos informações de voos parados nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba", disse.

Na Grande São Paulo, outro grupo de grevistas está na entrada do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), e também protesta segurando faixas. Segundo a concessionária que administra o aeroporto, alguns funcionários que chegam para trabalhar aderem à greve.

Por volta das 7h, os líderes da paralisação devem fazer pronunciamentos nos aeroportos onde os funcionários aderiram para dar fim ao ato e informar sobre nova assembleia que será realizada por volta das 15h para decidir se entram em greve por tempo indeterminado.

No aeroporto de Congonhas, foram registrados nesta primeira hora de paralisação quatro voos cancelados e dois com atraso superior a 30 minutos. Segundo a Infraero, a legislação aérea entende que só podem ser considerados atrasos aqueles acima de 30 minutos.

A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto de Cumbica, ainda não informou o número de voos afetados pela paralisação.

BRAÇOS CRUZADOS

O movimento, organizado pelos sindicatos dos aeroviários de Guarulhos (SP), Porto Alegre, Campinas (SP), Recife, pelo SNA, que representa 22 Estados, e pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, deve ser repetido nos dias seguintes, no mesmo horário, segundo as entidades.

Na terça-feira (20), o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os aeronautas e aeroviários mantivessem o efetivo mínimo de 80% em operação no horário marcado para a parada.

A paralisação foi decidida após Fentac e Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), que representa as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca, não chegarem a acordo sobre reajuste salarial e aumento de benefícios sociais.

Segundo a Fentac, as empresas não apresentaram até o fim de segunda-feira (19) uma nova proposta de reajuste salarial e melhoria nos benefícios sociais para os trabalhadores da aviação civil.

A última proposta das aéreas foi de reajuste de 6,5% nos salários e 7% nos vales-alimentação e refeição.

A Fentac reivindica reajuste com ganho real nos salários de 8,5% e a aplicação deste índice nos demais benefícios (como vales-refeição e alimentação).

Os aeronautas e aeroviários também pedem mudanças nas condições de trabalho, criação de um piso para agente de check-in (para os aeroviários) e escalas que gerenciem a fadiga da tripulação e garantam a segurança de voo de todos.

As entidades patronais informaram que as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca estão mobilizadas para minimizar eventuais impactos para os clientes e preocupadas em manter o melhor atendimento a todos.

Elas alertam, no entanto, que é possível que sejam sentidos transtornos ao longo do dia e mesmo em localidades onde não ocorram paralisações.

Com um cenário adverso de custos que perdura desde 2011 e com perspectivas de crescimento econômico nacional que merecem atenção por parte das companhias, Abear e Snea iniciaram o diálogo há três meses e têm a convicção de que os benefícios vão muito além do que estas categorias obtiveram nos últimos anos, apontam as empresas.

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