A construtora Odebrecht defende que é um bom momento para investir na América Latina, apesar da desaceleração econômica na região, e olha com interesse para Peru, Colômbia, México, Panamá e Cuba.
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Em entrevista concedida à AFP, Jorge Barata, diretor-executivo da Odebrecht Latinvest - braço de investimentos em infraestrutura do conglomerado empresarial brasileiro na América Latina - disse que o mal momento para o preço das matérias-primas não deve ser um obstáculo nem desanimar investimentos de longo prazo.
"Não é porque o preço do petróleo, do gás e do minério está baixo que vamos deixar de participar em investimentos de 20 anos. Temos que ver o histórico e, usando médias históricas, tomar a decisão de investimento", disse Barata, que tem sua base de operações em Lima.
"A nossa percepção é de que são justamente nesses momentos (de desaceleração) que o país mais precisa de investimento. Quando se investe em uma situação de necessidade, que ajuda o país a sair de um momento ruim, se dá importância ao planejamento", comentou.
"É um bom momento (para investir), não tenho dúvida, principalmente no Peru. Há um sólido modelo de concessões em amadurecimento", explicou Barata. O Peru tem 14 projetos, entre concessões e obras.
"Depois de Peru vem a Colômbia, que está tem conseguido avanços na segurança. Isso gera tranquilidade para que as empresas comecem a investir. Antigamente era perigoso andar em rodovias e preferia-se viajar de avião. Agora há 25 licitações de rodovias lá", explicou.
Na lista também estão México e Panamá, "com crescimento alto nos próximos anos".
Em Cuba, a Odebrecht construiu o porto de Mariel, e agora trabalha na reforma do aeroporto de Cuba e na modernização de usinas de açúcar.
"O Brasil viu que Cuba tem um potencial. Agora, com essa anunciada abertura dos Estados Unidos, isso terá uma velocidade impressionante", avaliou, acrescentando que a empresa está de olho em projetos de mineração, sem dar mais detalhes. "Com essa abertura pode-se gerar muito crescimento", argumentou.