Após um forte tombo em dezembro, o comércio varejista do país iniciou 2015 com crescimento de 0,8%. O resultado, porém, não compensa a perda do último mês de 2014 -de 2,6%. Em novembro, o setor havia registrado expansão de 1,5%.
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Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (13). Em relação a janeiro de 2014, a alta das vendas do comércio ficou em 0,6%, mantendo o ritmo mais fraco também visto em dezembro (0,3%).
Em novembro, o varejo avançou 1,4% nessa base de comparação, uma desaceleração frente aos meses anteriores.
Com o dado de janeiro, o acumulado em 12 meses apresenta um crescimento de 1,8%. O resultado mostra uma perda de ritmo do setor, que fechou 2014 com expansão de 2,2%.
DESACELERAÇÃO
Neste ano, o comércio viverá, dizem analistas, um intenso processo de desaceleração. De um lado, a inflação mais elevada compromete a renda disponível dos trabalhadores e afeta o consumo principalmente de ramos como supermercados, farmacêutica e vestuário.
Com a sinalização de piora do mercado de trabalho -alta da taxa de desemprego e menor oferta de vagas-, crédito restrito e juros maiores, os consumidores também estão menos dispostos a gastar e tomar dívidas para comprar produtos de maior valor.
Diante desses desestímulos, é esperada uma piora em ramos como eletrodomésticos e móveis, veículos e informática. Frente a um cenário de incertezas, analistas esperam uma alta na faixa de 1,5% para o comércio neste ano.
SETORES
A melhora de dezembro em janeiro, além de não recompor as perdas do varejo, não foi geral: atingiu cinco das dez atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos e uma manteve-se estável.
As altas de destaque ficaram com equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (12,4%); móveis e eletrodomésticos (2,4%); artigos farmacêuticos e de perfumaria e cosméticos (1,4%) e tecidos, vestuário e calçados (1,3%).
Ramo de maior peso no varejo, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançou apenas 0,3%, abaixo da média do comércio. O ramo sofre com a inflação mais elevada, que, pelo IPCA (índice oficial) bateu em 1,24% em janeiro, mais alta taxa desde 2003.
Os ramos cujas vendas recuaram de dezembro para janeiro foram para material de construção (0,1%); veículos e motos, partes e peças (0,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (-0,6%) e artigos de uso pessoal e doméstico (-0,7%).
O segmento de combustíveis e lubrificantes ficou estável.