PROJEÇÃO

Mercado contradiz BC e vê IPCA fora da meta em 2016

O mercado elevou de 5,5% para 5,6% a estimativa mais consensual para a alta dos preços no próximo ano

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Publicado em 16/03/2015 às 21:15
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O mercado elevou de 5,5% para 5,6% a estimativa mais consensual para a alta dos preços no próximo ano - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Uma nova rodada de projeções econômicas mais pessimistas atingiu uma expectativa até então comemorada pelo governo -a de queda da inflação em 2016.

A despeito de novos sinais de retração da renda nacional, o mercado elevou de 5,5% para 5,6% a estimativa mais consensual para a alta dos preços no próximo ano, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16).

A piora contrasta com a avaliação divulgada na semana passada pelo Banco Central, segundo a qual estaria se consolidando a percepção de que finalmente será possível levar a inflação à meta oficial de 4,5%.

"O Copom [Comitê de Política Monetária] avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido" foi uma das principais mensagens da ata da reunião mais recente do comitê, formado pela cúpula do BC.

Essa leitura se amparava na aproximação entre as projeções do BC, de cumprimento da meta, e as do mercado, que haviam iniciado o ano em 5,7% e caído.

AJUSTE MAIS LONGO

Se mantida ou agravada nas próximas semanas, a previsão de uma elevação mais intensa dos preços faz crescer o risco de um ajuste econômico mais prolongado.

A taxa de 2015 já é dada como perdida: a projeção para o IPCA, índice adotado como referência pelo BC, foi de 7,8% a 7,9%, acima do teto de 6,5% fixado na legislação.

Para que seja interrompido o ciclo de alta das taxas de juros, reiniciado após as eleições do ano passado, o indicador a ser considerado será a perspectiva para 2016 -o BC, que descumpre a meta desde 2010, tenta reconquistar sua credibilidade.

Um dos principais obstáculos a essa estratégia é a recente disparada do dólar, que encarece os importados. As expectativas centrais para a cotação da moeda americana ultrapassaram pela primeira vez a casa dos R$ 3.

Mais exatamente, calculam-se hoje R$ 3,06 ao final deste ano, ante R$ 2,80 previstos em janeiro e R$ 3,11 em dezembro de 2016.

RECESSÃO

Até que a inflação seja reconduzida a uma trajetória segura, a economia permanecerá sofrendo o impacto do aperto das políticas monetária e fiscal do segundo governo Dilma Rousseff.

Também divulgado nesta segunda, o índice de atividade econômica do BC para janeiro mostrou queda de 0,11%, na comparação com dezembro. O resultado, abaixo das expectativas, reforça os temores de uma recessão iminente.

Esperava-se alguma melhora do índice depois da queda mais aguda, de 0,57%, em dezembro. Graças à base de comparação deprimida, a indústria e o varejo tiveram expansão no início do ano.

Os dados mostram uma tendência de encolhimento da atividade desde outubro, que, pelas expectativas gerais, deve se acentuar com os ajustes da economia.

Bancos e consultorias estimam uma queda de 0,78% do PIB neste ano, ante 0,66% na semana passada. Para 2016, a projeção de crescimento caiu de 1,4% para 1,3%.

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