O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu que as exigências para conteúdo nacional para a Petrobras ou o regime de partilha para o pré-sal --que define a estatal lidere todos os consórcios com, ao menos, 30% de participação-- podem ser revisitadas, mas que não é "hora ou momento" para isso.
Leia Também
- Diretor de Gás e Energia da Petrobras diz ter sido 'supreendido' com propina
- Dilma defende Petrobras e diz que ajuste não vai cortar programas do MEC
- Dilma diz que confia na recuperação da Petrobras
- Petrobras consegue financiamento de US$ 3,5 bilhões na China
- Legatti desmente empresário na CPI da Petrobras e nega recebimento de propina
Durante audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura no Senado Federal, nesta quarta-feira (8), em uma tentativa de defender a empresa, ele repetiu a presidente Dilma Rousseff e disse que "a corrupção é uma velha senhora".
Após as manifestações do dia 15 de março, a presidente afirmou que, no Brasil, "a corrupção é uma senhora idosa". Dilma argumentou que a corrupção no governo é anterior à chegada do PT ao poder.
"A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado", disse a petista em entrevista coletiva após solenidade no Palácio do Planalto.
Em sua fala nesta quarta, o ministro indicou que seria apropriado discutir o tema após encerrado o processo da Operação Lava Jato --investigação da Polícia Federal que apura o esquema de corrupção na Petrobras.
"Essa velha senhora não é fruto exclusivo do conteúdo nacional ou da Lei de Partilha. Não podemos ser ingênuos para achar que foi por isso que essa senhora se instalou dentro da Petrobras", afirmou.
"Mas acho que nós temos de ter coragem para revistar esses temas. Esse caminho do conteúdo nacional, da partilha, do fundo [para saúde e educação] não podem ser simplesmente taxados de ineficientes, porque foram responsáveis por boa parte do nosso crescimento."
Braga defendeu também que alguns fatores externos que hoje prejudicam a empresa, como a queda do valor do petróleo no mercado internacional, são "variáveis não controláveis pelo governo brasileiro".
"Ninguém poderia prever que o preço petróleo iria desabar de US$ 140 para pouco mais de US$ 40", disse. "Não foi uma questão macroeconômica mundial, mas politica da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]".