Os metalúrgicos da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entraram em greve hoje (22) por tempo indeterminado em protesto contra 500 demissões ocorridas na última sexta-feira (17). Nessa unidade, que produz caminhões, chassis de ônibus e outras peças automotivas, como motores e câmbio, trabalham cerca de 10 mil pessoas.
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Segundo a assessoria de imprensa da montadora, a greve não é parcial e parou toda a linha de produção, envolvendo cerca de 4 mil trabalhadores do turno da manhã.
Os demitidos integravam um grupo de cerca de 750 metalúrgicos que há quase um ano estavam em lay-off, quando os contratos de trabalho ficam suspensos temporariamente. Rm nota, a Mercedes informou que o corte foi motivado pela queda da demanda de veículos no mercado. “Essa medida é necessária para a empresa tentar gerenciar o excedente em sua fábrica, que além dos 750, tem outras 1,2 mil pessoas excedentes.”
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, criticou as demissões. “[A] cada vez que os trabalhadores aceitam o jeito de a empresa gerir o pessoal, hoje falam em 500 companheiros, amanhã podem demitir mais 500, e assim por diante. Não podemos aceitar, e a nossa reação será à altura.”
O diretor administrativo do sindicato, Moisés Selerges, afirmou que a entidade vai cobrar do governo federal as propostas dos programas Nacional de Renovação da Frota de Caminhões e de Proteção ao Emprego. “Vamos lutar pelo tempo que for necessário.”
De acordo com o último balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre o desempenho mensal da indústria automobilística no Brasil, os licenciamentos de caminhões caíram 29,8% em março deste ano sobre o ano passado e, no acumulado do primeiro trimestre, houve recuo de 36,6%, totalizando 19,3 mil unidades. A produção teve queda de 49,3%.