O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (6) que a capacidade de resposta da economia brasileira é grande e pode surpreender inclusive os analistas estrangeiros. A frase de Levy rebate o posicionamento da agência de classificação de risco Moody's, que cobrou a melhora do cenário econômico para 2016.
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"Já vivi outras situações, no governo inclusive, que em um momento parece escuro e difícil, mas a nossa economia é maior do que a gente pensa e sua capacidade de resposta nos surpreende, e tenho certeza que vai surpreender a muitos, inclusive no exterior, que hoje se dedicam mais a tentar ilustrar as nossas dificuldades", disse o ministro, durante um congresso do setor de radiodifusão.
O vice-presidente e analista sênior da agência, Mauro Leos, disse nesta terça que o Brasil precisa melhorar no ano que vem para evitar o rebaixamento. Na Moody's, o Brasil ainda tem o grau de investimento, mas está a um passo de perdê-lo.
Segundo Levy, as pessoas podem ter segurança que o governo esta criando condições fiscais para que as respostas da economia sejam positivas e que o país possa criar uma rota de desenvolvimento permanente. "Não vamos bater em limites de crescimento como ocorreu no passado", afirmou.
O ministro destacou a melhora da balança comercial e disse que o câmbio tem criado novas oportunidades para empresas brasileiras, principalmente no setor industrial. "Ao produzirmos aqui aquilo que antes era importado, estamos criando novas oportunidades de emprego. Essa é uma das formas do Brasil voltar a crescer", avaliou.
Para manter esse caminho, o ministro defende mudanças estruturais na economia, que atendam a nova realidade brasileira e que exige sacrifícios.
"Desafio de todos nós e que tenho certeza que seremos todos vencedores. E vale a pena o esforço para a gente passar por essa transição", disse.
Após a superação dessa etapa, Levy vislumbra a possibilidade de uma retomada do mercado de crédito. "Tenho certeza que daqui a pouco os juros, vencida a primeira etapa, vão começar a cair. Rapidamente o crédito vai responder, permitindo retomar a demanda", disse.