O fluxo cambial -entrada e saída de moeda estrangeira no país- ficou negativo em US$ 111 milhões em setembro, resultado de uma saída líquida de US$ 1,277 bilhão na conta financeira (por onde passam os investimentos estrangeiros diretos) e de um superavit de US$ 1,167 bilhão na conta comercial (que se refere à balança comercial), segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central.
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Foi o sexto mês consecutivo que a conta comercial fechou superavitária. No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 8,810 bilhões, comparado com saldo positivo de US$ 409 milhões registrado no mesmo período do ano passado.
No mês em que a Standard & Poor's rebaixou o rating soberano do Brasil para grau especulativo, o fluxo mostra que o forte movimento de alta do dólar em setembro, que subiu 8,9%, não foi provocado por uma grande saída de recursos do mercado local.
Já em outubro, até o dia 2, o fluxo cambial está negativo em US$ 2,355 bilhões, resultado de uma saída líquida de US$ 2,028 bilhões da conta financeira e de deficit de US$ 327 milhões na conta comercial.
O mês passado foi marcado por forte volatilidade cambial, com o dólar atingindo novos recordes durante o dia e no fechamento, chegando a encostar em R$ 4,25.
O movimento intenso levou o BC a reforçar sua atuação no câmbio com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e leilões de novos swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. No entanto, não vendeu dólares das reservas internacionais no mercado à vista, argumentando várias vezes que não está havendo saída de moeda estrangeira do país.
O BC liquidou em setembro a venda de US$ 6,830 bilhões referente a leilões de dólar com compromisso de recompra. No dia 2 de outubro, a autoridade monetária liquidou a venda de mais US$ 500 milhões por meio de leilão de linha.
Desde então, o dólar inverteu a trajetória e passou a cair, voltando abaixo de R$ 3,80 nesta sessão. Neste ano até 2 de outubro, o Brasil registrou entrada líquida de US$ 8,81 bilhões ao todo.