A Petrobras e os petroleiros em greve estão perto de um acordo para encerrar a paralisação, que já provocou perdas de mais de 1 milhão de barris de petróleo. Em reunião realizada nesta quarta (11) na sede da estatal, a empresa aumentou sua oferta de reajuste salarial e cedeu em pontos considerados prioritários pelos sindicatos.
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"É preciso ainda fazer alguns ajustes na proposta e a greve continua até que eles sejam feitos", disse o representante dos trabalhadores no conselho de administração da companhia, Deyvid Bacelar. "Mas podemos dizer que estamos caminhando para um acordo."
Na reunião, a Petrobras aumentou sua proposta de reajuste salarial para 9,53%, percentual que cobre a inflação. A primeira oferta foi de 5,73% e a segunda, de 8,11%.
Os sindicatos ligados à FUP (Federação Única dos Petroleiros), porém, se recusava a discutir o reajuste, alegando que a greve questiona a perda de direitos e o novo plano de negócios da companhia, que prevê corte de investimentos e venda de ativos.
PROPOSTA DEFINITIVA
Em comunicado distribuído nesta quarta, a empresa diz que a proposta "mantém os demais benefícios e vantagens que fazem parte do acordo vigente".
Um dos pontos prioritários para os petroleiros é a manutenção do sistema de negociação dos acordos coletivos, hoje feito de forma unificada. A Petrobras queria fazer acordos separados por subsidiárias, o que reduz o poder de ação dos sindicatos, mas cedeu.
Com relação ao plano de negócios, a solução encontrada foi a criação de um grupo de trabalho para avaliar a Pauta pelo Brasil, documento redigido pela FUP com alternativas para a recuperação da companhia, como a busca de recursos em bancos de fomento no exterior.
A companhia petrolífera diz que esta é sua proposta definitiva. "A Petrobras, diante dos avanços na proposta, aguarda um posicionamento favorável dos empregados e seus representantes e o encerramento das mobilizações", conclui a nota.
Segundo Bacelar, entre os ajustes na proposta solicitados pela categoria, está a garantia de que os petroleiros receberão pelos dias parados na greve.