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O mercado de câmbio estressou após a definição da última Ptax de 2015 desta quarta-feira (30) em alta de 1,44%, a R$ 3,9048. O dólar no mercado à vista voltou a ultrapassar os R$ 4,00 e atingiu máximas até R$ 4,0220 (+3,55%) no balcão por volta das 14 horas. Segundo os agentes de câmbio, o ajuste ocorreu no horário de almoço dos investidores, quando a liquidez é mais fraca e qualquer demanda acaba pressionando as cotações.
"Não houve uma saída grande nem pontual na sessão que justificasse o salto da moeda", garantiu um operador de tesouraria de um grande banco que não quer ser identificado.
Para a fonte, um pouco desse movimento foi especulativo em razão do giro baixo naquele horário e parte dele refletiu reação ao pagamento pelo Tesouro Nacional de R$ 72 bilhões das "pedaladas fiscais" devidas, valor acima do esperado, de cerca de R$ 57 bilhões, já que contabilizou os números de 2014 e deste ano.
Com a realização dos leilões de linha de até US$ 1,4 bilhão pelo Banco Central a partir das 15h15, o dólar desacelerou. No fechamento, a moeda no balcão foi cotada a R$ 3,9601, com alta de 1,95%. Em dezembro, acumulou ganho de 2,14% e, em 2015, de 48,93%. O giro total registrado na clearing de câmbio somava cerca de US$ 1,839 bilhão.
No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em fevereiro de 2016 passou a concentrar a liquidez a partir desta quarta. Às 17h20, esse contrato estava a 3,9980, com alta de 2,32%, e um volume de negócios de cerca de US$ 12,969 bilhões. Já o contrato de dólar para janeiro de 2016, que será liquidado na segunda-feira com base na Ptax desta quarta, subia 1,00%, cotado a R$ 3,9045 e com giro financeiro de apenas cerca de US$ 1,031 bilhão.
Por volta das 14 horas, com o rápido avanço da taxa de câmbio, o dólar atingiu níveis de stop loss que apoiaram a zeragem de parte das posições vendidas do dia ou que vêm sendo carregadas pelos investidores, disse o operador José Carlos Amado, da Spinelli Corretora.
Segundo ele, o movimento do dólar ocorreu depois que se encerrou a disputa pela Ptax e os "vendidos" em contratos cambiais que estavam tentando conter a alta saíram de cena. "Também foi uma correção em meio a uma liquidez menor, após o forte fluxo de entrada de dólares no mercado nas últimas sessões", afirmou. Na terça, o dólar à vista subiu a R$ 3,8843 (+0,63%), interrompendo uma sequência de quatro baixas, acumuladas em 3,89%, para R$ 3,8599 no fechamento de segunda-feira.
"Contabilizado o impacto de baixa do fluxo cambial positivo recente e já definida a Ptax de hoje (30), o mercado ficou livre para se ajustar ao cenário econômico interno de incertezas", comentou o operador da Spinelli. O dólar também se fortaleceu à tarde no exterior, disse um outro agente de corretora, que viu correlação do movimento interno do dólar com o recuo acentuado do petróleo no exterior.