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O número de consumidores brasileiros com contas atrasadas registrou um crescimento nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul em janeiro e as contas básicas, como água e luz, são o destaque, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os especialistas responsáveis pelo levantamento estimam que com a crise econômica e a alta do desemprego, a inadimplência seguirá avançando em 2016, mesmo com o aumento da seletividade na concessão do crédito.
Das quatro regiões pesquisadas pelo SPC Brasil, a Nordeste foi a que registrou avanço mais expressivo no total de consumidores com contas em atraso na comparação com janeiro de 2015, com alta de 6,86%, seguido por Sul (4,77%), Centro-Oeste (4,59%) e Norte (3,71%). Em relação a dezembro do ano passado, todas as regiões mostraram aceleração, com elevações de 0,93% no Sul, 0,92% no Norte, 0,59% no Nordeste e 0,26% no Centro-Oeste. Segundo o SPC, o aumento do ritmo de crescimento do número de inadimplentes em janeiro é decorrente de fatores sazonais.
Na abertura por segmentos econômicos, a inadimplência nas contas de água e luz foi mais alta em duas das quatro regiões estudadas, com aumentos de 17,01% no Sul e de 13,30% no Centro-Oeste em janeiro de 2016 ante igual mês de 2015. "Esse fato demonstra que o aperto financeiro já impactou a capacidade de pagamento até mesmo das contas do dia a dia", avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Já nas demais regiões, o aumento mais intenso se deu nas contas de telefone, TV por assinatura e internet, com avanços de 12,39% no Nordeste e 9,89% no Norte, segundo a instituição.
A projeção do SPC Brasil é que 2016 registre aumento da inadimplência. Além da piora das condições macroeconômicas e da elevação da taxa de desemprego, outros fatores também devem pesar para o atraso nas contas. "A aceleração da inflação tem feito com que o planejamento financeiro dos consumidores fique prejudicado, já que há perda constante do poder de compra. Além disso, a escalada nas taxas de juros encarece as parcelas das compras realizadas a prazo e dos financiamentos, dificultando assim o pagamento em dia dos compromissos financeiros", afirma Marcela.