A Eletrobras deve entrar na quinta-feira com recurso contra a suspensão da empresa na Bolsa de Nova York. O prazo para publicação do Formulário 20-F vence nesta quarta-feira (18). Com o prazo de 90 dias para julgamento do recurso, a previsão do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, é que a empresa possa, nesse período, publicar o formulário e sanar as pendências com os órgãos reguladores norte-americanos. Os papéis da estatal recuaram mais de 6% na manhã desta quarta.
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"A Eletrobras deve apresentar recurso na bolsa de Nova York e esse recurso deve levar de dois a três meses para julgamento. Nesse período faremos todo esforço possível para que investigação possa ser concluída e dê conforto para a auditoria independente assinar o balanço e, no recurso pleiteado, poder voltar com as negociações antes do processo de deslistamento (da bolsa)", afirmou o ministro Bezerra Filho após participar do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio.
A auditoria responsável por analisar as contas da empresa resiste a liberar o documento antes da conclusão das investigações de corrupção na empresa, relacionadas à Operação Lava Jato. A empresa ainda não apresentou o balanço financeiro de 2014 auditado e, por isso, não entregou o Formulário 20F na bolsa norte-americana. A situação se repete em relação também aos resultados de 2015, mas os prazos ainda estão vigentes.
Durante o primeiro pronunciamento ao público do setor, o ministro classificou a situação da empresa como '"gravíssima" e indicou que uma solução "não depende só do ministério", mas que ele vai conduzir um debate sobre a situação no governo. Para Bezerra Filho, há um "consenso" para a venda de ativos da empresa.
"Já chegaram algumas sugestões. É consenso a necessidade de desmobilização de ativos da Eletrobras, mas tudo isso será feito em conjunto com o ministro Moreira Franco e o ministério do Planejamento para que a gente possa apresentar um projeto que tenha condições de reorganizar o sistema elétrico brasileiro", afirmou Filho.
Moreira Franco vai coordenar o Programa de Parceria de Investimento (PPI), responsável pelas concessões à iniciativa privada de ativos ligados ao governo, como a gestão de aeroportos e rodovias.