Conjuntura

Brasil completa dois anos de recessão e vive pior desempenho de sua história recente

De acordo com especialistas, País apresenta caractarísticas de depressão econômica

Da editoria de economia
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Publicado em 01/06/2016 às 20:08
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RIO - Ao completar dois anos de recessão, como mostrou nesta quarta-feira (01) o IBGE, o Brasil repete o pior pesadelo econômico de sua história recente, “a década perdida dos anos 1980”, avaliou o economista-chefe para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório divulgado ontem a clientes. Com o acúmulo de quedas, disse o especialista, a contração já “adquiriu algumas das características de uma depressão econômica.

"Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a retração econômica brasileira foi de 5,4% nos três primeiros meses deste ano. Esse foi o oitavo recuo consecutivo desse indicador, fazendo com que a recessão - acúmulo de trimestres negativos  – completasse dois anos.

“Em apenas dois anos, entre o segundo trimestre de 2014 e o primeiro de 2016, a queda no PIB real per capita se aproxima dos dois dígitos, superando o recuo de 7,6% acumulado na chamada “década perdida dos anos 1980” (período que, na verdade, somou 12 anos, entre 1981 e 1992”, escreveu Ramos. “Com a contração da atividade no primeiro trimestre deste ano, atingimos alguns marcos: uma recessão de dois anos que fez com que o PIB voltasse aos níveis do 4º trimestre de 2010 e com um recuo real per capita de 9%.

Segundo Ramos, dados a profundidade, o fôlego e a duração excepcionais, a atuação contração cíclica da atividade real adquiriu algumas das características de uma depressão econômica”.  Ele definiu o conceito de depressão como uma recessão que dura mais de oito trimestres e que leva a um declínio real do PIB de 10% ou mais.

“Esperamos que a economia se contraia novamente no segundo trimestre de 2016, mas que se estabilize durante o segundo semestre de 2016, a partir de sinais de que o sentimento e o ciclo de estoques estão se estabilizando na margem e que o novo governo será capaz de impulsionar a confiança doméstica ao demonstrar progressos palpáveis na consolidação da agenda fiscal”, acrescentou o economista.

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