As vendas do varejo apresentaram retração de 4,4% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento mensal elaborado pela MasterCard. O resultado negativo foi pressionado pela queda de 7,1% nas vendas da semana do Dia das Mães, a segunda data mais importante do ano para o varejo brasileiro. Na análise por segmento, o destaque negativo ficou por conta da retração de 5,5% das vendas dos supermercados, aponta o relatório SpendingPulse.
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"Os supermercados foram influenciados pelo aumento do preço das commodities, como milho e soja, bem como os preços da carne de boi e frango", explica em nota o diretor de pesquisa econômica da MasterCard Advisors, Kamalesh Rao. O preço dos grãos reflete no custo dos criadores de animais e, consequentemente, no poder de compra por parte dos consumidores.
De acordo com o levantamento, o ritmo de vendas piorou nos segmentos de vestuário, combustível, móveis e eletrodomésticos durante o mês de maio. O desempenho do varejo especializado em móveis e eletrodomésticos, por exemplo, tem relação direta com a disponibilidade e o custo do crédito, variável considerada neste momento um dos entraves para a retomada da economia brasileira. Apenas na semana do Dia das Mães, a venda do segmento encolheu 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O destaque positivo no mês de maio ficou por conta do e-commerce, com alta de 3,7% em relação a igual período do ano anterior, segundo a MasterCard. Os números do relatório SpendingPulse, alerta a empresa, não têm qualquer relação com o desempenho operacional ou financeira da própria MasterCard, embora seja baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos da companhia.
Desaceleração
Apesar de o indicador do varejo ainda demonstrar um cenário mais adverso do que aquele registrado na primeira metade do ano passado, os números de maio sugerem desaceleração na trajetória de queda. Isso porque a retração no trimestre de março a maio, de 4,2%, foi menor do que a queda de 5,3% registrada no primeiro trimestre do ano, sempre na comparação com o mesmo período de 2015.
"O ambiente econômico permanece desafiador, com o aumento do desemprego e fraco crescimento dos salários. Além disso, em maio, a confiança do consumidor caiu 2,7% em relação ao mês anterior. Tudo isso indica dificuldades persistentes para as vendas no varejo nos próximos meses", analisa Rao.