Bancos

Só a Caixa não sai da greve dos bancários em Pernambuco

Bancos aprovaram proposta da Fenaban após um mês de paralisação, exceto a Caixa, que seguirá em greve

JC Online
Cadastrado por
JC Online
Publicado em 06/10/2016 às 21:24
Foto: Renata Monteiro/JC
Bancos aprovaram proposta da Fenaban após um mês de paralisação, exceto a Caixa, que seguirá em greve - FOTO: Foto: Renata Monteiro/JC
Leitura:

Após 31 dias de paralisação, a greve dos bancários foi encerrada na noite desta quinta-feira (6) em Pernambuco, com exceção da Caixa Econômica Federal. A categoria decidiu em assembleia aceitar o acordo feito entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e, a partir desta sexta (7), as agências voltam a funcionar normalmente no Estado. Em São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Santa Catarina aconteceu o mesmo.

Os trabalhadores aceitaram a proposta apresentada pela Fenaban, que ofereceu reajuste salarial de 8% e um abono de R$ 3,5 mil. A federação também se comprometeu a dar um aumento de 10% no vale-refeição e no auxílio-creche-babá, e de 15% no vale-alimentação dos funcionários. Todos os dias que os bancários ficaram parados serão abonados pelos bancos.

O acordo proposto pelos bancos tem validade de dois anos. Para 2017, os salários serão reajustados pela inflação (INPC/IBGE), mais 1% de aumento real.

Enquanto seguir com a greve, a Caixa Econômica Federal deverá manter quatro agências funcionando das 10h às 12h para o pagamento de alvarás, conforme foi acordado com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em juízo. Seguindo a Lei de Greve, o banco também deve manter ao menos 30% do atendimento no Estado.

A greve dos bancários começou em 6 de setembro, sendo a maior da categoria desde 2004, quando a categoria decidiu se unir para negociar por melhores condições de trabalho.

Etapas de negociação

Os bancários reivindicavam reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário-mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales-alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário-mínimo nacional (R$ 880). O grupo também reivindicava 14º salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.

Os bancos chegaram a propor um reajuste de 7% durante as assembleias ocorridas nos dias 9 e 28 de setembro, o que não foi aceito pelos bancários, que decidiram manter a greve.

OAB-PE chegou a pedir prisão de presidente do sindicato em Pernambuco

A Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco chegou a entrar com uma ação judicial que solicitava a prisão da presidente do Sindicato dos Bancários do Estado, Suzineide Rodrigues. A medida tinha o intuito de forçar a categoria a cumprir a determinação judicial que exigia que uma quantidade mínima de funcionários em atendimento nos caixa.  

A Justiça do Trabalho de Pernambuco, porém, negou o pedido de prisão. Através da juíza Mariana de Carvalho Milet, a Justiça considerou que o pedido de prisão realizado pela OAB-PE foi uma "medida excepcional e extrema" e que não se adequava ao tratamento jurídico que deveria ser tomado durante a greve.

55% das agências no Brasil ficaram fechadas

Durante a paralisação, 13.123 agências e 43 centros administrativos ficaram fechados durante a paralisação em todo Brasil. O número representa 55% dos locais de trabalho espalhados pelo país. Segundo informações do Sindicato dos Bancários, em Pernambuco existem 625 agências bancárias, das quais 562 (cerca de 90%) estavam fechadas por conta da paralisação.  

Últimas notícias