RETOMADA

Retomada da economia depende de investimento em infraestrutura, diz EY

Empresa de serviços profissionais, EY, aposta em aprovação de reformas propostas por Michel Temer e investimento em infraestrutura

Da editoria de economia
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Publicado em 13/11/2016 às 7:35
Foto: André Nery/JC Imagem
Empresa de serviços profissionais, EY, aposta em aprovação de reformas propostas por Michel Temer e investimento em infraestrutura - FOTO: Foto: André Nery/JC Imagem
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O ano de 2017 será de rearrumação da casa para preparar a retomada do crescimento econômico brasileiro em 2018. Essa é a aposta da EY (antiga Ernst & Young) – uma das quatro maiores empresas de serviços profissionais do mundo – para o País. Para que a projeção se confirme é preciso que o governo federal consiga aprovar as reformas propostas pelo presidente Michel Temer, além de alavancar o programa de infraestrutura e avançar no processo de governança a fim de melhorar a imagem do Brasil e de empresas como a Petrobras.

 

“A fórmula de crescimento baseada no consumo doméstico se esgotou. A economia doméstica está em crise e é preciso apostar nos investimentos em infraestrutura para estimular o avanço do PIB. Mas para que o programa de concessões avance será necessário fazer planejamento de longo prazo, fazer a modelagem dos pacotes de licitações, oferecer pré-licenciamento ambiental e reduzir o custo de capital. Tudo isso para que o investidor tenha segurança em aplicar seu dinheiro aqui”, observa o CEO Brasil da EY, Luiz Sérgio Vieira Filho. 

Antes de tudo isso, o governo também precisa oferecer um portfólio de obras que interesse aos empreendedores. Na avaliação do executivo da EY, o Brasil oferece oportunidades nas áreas de petróleo e gás, construção pesada, saúde, energia, saneamento e educação. “O fim da obrigatoriedade da Petrobras na exploração do pré-sal, por exemplo, despertou o interesse de investidores do setor de Oil&Gas. A nova regulação (sem a obrigatoriedade de a Petrobras ter participação mínima de 30% nos campos) é mais atrativa para os consórcios”, pontua Vieira Filho. 

 

LAVA JATO 

A maior crise política brasileira nas últimas décadas, que atingiu em cheio a credibilidade de grandes empresas brasileiras, também colocou em xeque o trabalho das auditorias. Embora as auditorias não investiguem diretamente as fraudes dos clientes elas fazem um trabalho paralelo de apuração. As investigações de corrupção não recaíram apenas sobre a Petrobras, mas também sobre as principais empreiteiras do Brasil. No País, quatro grandes auditorias (PwC, Deloitte, EY e KPMG) assinam 66% dos balanços das companhias abertas nacionais. 

“Temos que avaliar a Lava Jato como um momento de mudar para melhor o ambiente de negócios no País. Existe uma crise fiscal, ética e de competitividade no Brasil e se faz necessário um trabalho de governança e transparência”, afirma Vieira Filho. O executivo diz que, se por um lado, houve uma retração na demanda por serviços das consultorias em função da crise, por outro, aumentou a procura por orientações sobre governança.

Mesmo diante da crise, a EY vem registrando crescimento nos últimos anos. No exercício fiscal de 2015, o faturamento global da empresa alcançou US$ 28,7 bilhões, representando avanço de 11,6% em relação a 2014. No Brasil, a receita ficou em R$ 1,31 bilhão, indicando alta de 7,7% em relação ao ano fiscal anterior. “Para este ano a projeção também é crescer dois dígitos”, adianta.

Pelo mundo, todas as linhas de serviço da EY avançaram em 2015. Os serviços de consultoria cresceram 17,6%, auditoria 8,15% e impostos 10,3%. No Brasil, houve queda de 1% em consultoria e aumento em auditoria (17%) e impostos (7%).

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