A devolução de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Tesouro Nacional não vai prejudicar o banco, garantiu nesta segunda-feira (21) o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.
Leia Também
- Meirelles: não há previsão dos R$ 100 bi do BNDES irem para os Estados
- BNDES fecha terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 6,4 bi
- Lucro líquido do BNDES cresce 105% e atinge R$ 6,414 bilhões
- BNDES: Pernambuco é um dos estados que pode privatizar o saneamento
- Ministro do TCU diz que BNDES lucra às custas de agiotagem de títulos
O BNDES deve devolver R$ 100 bilhões ao Tesouro até 2018. A quantia será usada para abater a dívida pública, e não há risco de que o dinheiro seja empregado para socorrer Estados, afirmou o secretário, durante o seminário "Reavaliação do Risco Brasil", promovido pela Fundação Getulio Vargas em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Bancos públicos
Mansueto disse que o Brasil tem bancos públicos que são muito bons, mas criticou seu uso por governos anteriores para financiamentos com taxas de juros subsidiadas.
"Quando se fez isso, e se fez corretamente em 2009, foi atitude correta do governo. O que não foi correto foi o que foi feito depois de 2009", explicou o secretário da Fazenda.
Segundo ele, passado o choque externo, era a hora de reduzir os subsídios, mas eles foram renovados. "A conta disso (dos empréstimos subsidiados) aparece nas contas públicas. O Tesouro emprestar para bancos públicos sempre ocorreu, mas em montantes pequenos", justificou. Para Mansueto, o governo usou o BNDES como um braço do Tesouro para fazer política setorial sem ter orçamento para tanto.
"Isso não é política industrial. Não resultou em aumento do investimento e agravou o problema fiscal", disse ele. "Claramente há janela de oportunidade para aprovar reformas", completou.