O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta quinta-feira (24) espelhando o movimento observado lá fora diante de moedas de economias emergentes. A postura defensiva dos profissionais locais foi relacionada a incertezas sobre o futuro da política monetária norte-americana e a ausência de intervenções do Banco Central no câmbio. Em dia de feriado nos Estados Unidos e consequente redução na liquidez mundial, contribuiu para o avanço do dólar a apreensão com os ruídos políticos no Brasil, ao mesmo tempo em que evitou-se montar posições muito agressivas.
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No mercado à vista, o dólar encerrou em alta de 0,17%, aos R$ 3,3938, tendo oscilado ao longo da sessão entre R$ 3,3842 (-0,12%) na mínima e R$ 3,4097 (+0,63%) na máxima. Em três sessões, o avanço acumulado chegou a 0,89%. Já no segmento futuro, a elevação no contrato futuro de dezembro foi de 0,06%, aos R$ 3,3980, depois de ter percorrido o intervalo, de R$ 3,3890 (-0,21%) a R$ 3,4170 (+0,62%).
A ausência das operações nos Estados Unidos também gerou fraca liquidez nos mercados. De acordo com o dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios somou US$ 715,448 milhões no segmento à vista, abaixo do registrado ontem, de US$ 1,046 bilhão. No mercado futuro, o giro totalizou US$ 6,909 bilhões, frente aos US$ 16,176 bilhões vistos na quarta-feira.
Entre as novidades brasileiras, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu adiar a votação do pacote das medidas contra a corrupção para a próxima semana. As atenções também se voltam para as possíveis consequências da delação premiada de executivos da Odebrecht. Apelidada de "Delação do Fim do Mundo", o processo relacionado à empreiteira é fonte de tensão nos mercados, por causa dos nomes de políticos que podem ser citados
Sobre a atuação do BC, a expectativa entre os profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, é pela definição sobre os vencimentos de swap em janeiro, que equivalem a 99.995 contratos de swap cambial tradicional (US$ 4,999 bilhões). Até o fim do mês, o BC terá que decidir, de acordo com as condições de mercado, se reinicia a rolagem, se deixa o montante vencer normalmente ou se, ao contrário, retoma os leilões de swap cambial reverso para zerar a posição. Considerando os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, o BC carrega atualmente posição de 531.170 contratos de swap cambial em aberto (US$ 26,558 bilhões). Na última terça, o BC encerrou a rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de dezembro.