APROVAÇÃO DA REFORMA

Para mercado, caso Bebianno não afeta perspectiva de reforma da Previdência

A avaliação sobre a reforma da Previdência é do diretor de investimentos da corretora XP, Luciano Telo

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 19/02/2019 às 7:00
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A avaliação sobre a reforma da Previdência é do diretor de investimentos da corretora XP, Luciano Telo - FOTO: Foto: Divulgação
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A crise envolvendo o ex-titular da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, cuja exoneração foi confirmada ontem e representa a primeira queda de um membro do alto escalão do atual governo, não afeta a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência na visão do mercado financeiro. A avaliação é do diretor de investimentos da corretora XP, Luciano Telo. “Na perspectiva do mercado, do jeito que está a crise neste momento, parece mais um ruído do que algo que vá atrapalhar as reformas. Então, o mercado financeiro, como um todo, não tem olhado muito para isso. Lógico que quanto menos ruído tiver na articulação política melhor, mas não mudou a perspectiva no mercado em função desses últimos acontecimentos”, disse o analista.

Luciano Telo estará nesta quarta-feira (20) no Recife em evento patrocinado pela Lide Pernambuco. Ele vem falar dos cenários e oportunidades de investimento no início do ciclo Bolsonaro. Apesar de o início de governo não inspirar um cenário de previsibilidade, por causa das crises geradas em seu próprio seio, o especialista diz que sua apresentação vai destacar um panorama mais abrangente.

“A gente vem de uma situação fiscal difícil, com o risco real de o Brasil ser questionado no nível de sua dívida. Temos um estoque de dívida muito alto e, nesse contexto, o governo Bolsonaro entrou com uma perspectiva de consertar o tamanho da dívida brasileira, começando pela reforma da Previdência. Então, o que se espera é saber se as reformas vão realmente ser endereçadas e se vão ser atingidas de uma maneira relativamente rápida, abrangente e profunda”, diz Telo, salientando que crises e imprevisibilidades políticas são naturais, principalmente em início de governo. A dívida bruta brasileira é estimada em 77,2% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

“O momento político depende de uma articulação no Congresso”, diz ele. O diretor da XP, pondera, no entanto, que o governo tem, apesar da crise em sua cúpula, demonstrado ir em direção de conversar com o Congresso, em articulação com os presidentes da Câmara e Senado (Maia e Alcolumbre), demonstrando que é a reforma é prioridade. Bolsonaro deve entregar pessoalmente, nesta quarta, o texto da reforma da Previdência, com previsão de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres, num período de transição de 12 anos para quem estiver para se aposentar.

Pacote anti-corrupção

Sobre o risco de o pacote anti-corrupção, previsto para ser apresentado hoje ao Congresso, dividir as atenções em relação à importância da Previdência para as contas públicas, Telo avalia que a pauta divide “as manchetes”, mas não prejudicaria a reforma. “Há uma disputa da pauta, mas isso é uma decisão do governo, é uma questão de estratégia.”

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