A gigante da moda H&M anunciou, nesta quinta-feira (5), a suspensão de suas aquisições de couro do Brasil em resposta à onda de incêndios na Amazônia.
"Devido aos importantes incêndios na parte brasileira da Floresta Amazônica e sua relação com a produção bovina, decidimos aplicar uma proibição temporária ao couro do Brasil", informou a empresa sueca em comunicado à AFP.
Leia Também
- Entidade volta atrás e nega suspensão de compra de couro do Brasil
- Ernesto Araújo chama de 'falsa' crise da Amazônia, mas diz que notícia 'colou'
- Número de multas aplicadas pelo Ibama na Amazônia é o menor em 5 anos
- 'A Amazônia é uma floresta úmida, não queima sozinha, é sempre ação criminosa', disse Ricardo Galvão
- Bolsonaro: 7 de Setembro servirá para mostrar ao mundo que Amazônia é nossa
- Queimadas na Amazônia quase triplicam em agosto e superam média histórica
"A proibição ficará em vigor até que haja sistemas de garantias confiáveis para verificar que o couro não contribui para o prejuízo ambiental na Amazônia".
Neste ano, o Brasil registrou mais de 83 mil incêndios, metade deles na Amazônia. Além da seca, mais intensa durante esta época do ano, o desmatamento causado pela atividade humana é a principal razão para os incêndios, segundo especialistas.
Pecuária extensiva
As zonas desmatadas na Floresta Amazônica são usadas como terrenos de pasto e, quando eles esgotam seus recursos, os rebanhos são levados para outras terras, o que deixa o solo devastado.
A pecuária extensiva, cujos terrenos na Amazônia se multiplicaram por quatro durante a última geração, é o principal motivo do desmatamento, segundo Mapbiomas, plataforma colaborativa que reúne dados científicos ou informações procedentes de ONGs.
Várias marcas de vestuário, como Timberland, Vans e Kipling, de propriedade do grupo americano VF Corporation, anunciaram no fim de agosto a suspensão de suas compras de couro no Brasil.