Turismo

Parques de diversão esperam segundo semestre mais animado

Estima-se que o movimento dos parques de diversão cresça cerca de 60% entre setembro e março

MARÍLIA BANHOLZER
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MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 22/09/2019 às 8:29
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Estima-se que o movimento dos parques de diversão cresça cerca de 60% entre setembro e março - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Os meses entre setembro e março são considerados a alta estação dos parques de temáticos e aquáticos do Brasil. Em Pernambuco, o negócio da diversão chega a sentir um aumento de 60% na movimentação de visitantes, em relação ao resto do ano. Estimular a adrenalina, endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina dá lucro. Dados mais recentes da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) revelam que o setor faturou mais de R$ 1,6 bilhão em 2017.

O presidente da Adibra, Francisco Donatiello Neto, defende que os empreendimentos de diversão são elemento fundamental para o turismo e admite que questões político-econômicas que envolvem a aquisição de maquinário causaram a redução no número de parques nos últimos anos. "Opções de lazer são atrativos em todo mundo. Mas a nossa legislação enxerga que os equipamentos dos parques são bens de consumo, e não bens de capital. Então existe uma alta incidência de impostos, os que dificulta os negócios. Mas esse problema está sendo resolvido pelo governo federal", comentou.

Ainda segundo Donatiello, o país perdeu muitos parques, como o Playcenter (SP), em 2012, e hoje o mercado está carente desse tipo de empreendimento. "Cada região tem sua especificidade com relação a clima, perfil do visitante, mas o certo é que o brasileiro tem a cultura de buscar a diversão. As pessoas vão ao EUA e, automaticamente, visitam a Disney. Vão ao Ceará e marcam presença no Beach Park. A demanda existe, mas faltam parques", opinou o empresário.

Terceiro maior parque de diversão do País, o Mirabilandia, no Recife, é o único do tipo do Norte e Nordeste. No entanto, 80% dos frequentadores reside na capital pernambucana e região metropolitana. O diretor do parque, Antônio Peixoto, confirma que o segundo semestre é mais movimentado, notando um crescimento de 50% do fluxo.

 

Miranbilandia no Recife. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

 

Apesar disso, o empresário não revela a movimentação média ou faturamento anual do negócio. "Além das chuvas, no início do ano as pessoas estão cheias de contas a pagar. A partir de setembro elas sabem que a chuva não vai estragar o passeio. Por isso investimos em eventos como o mês das crianças, a Hora do Terror, o Natal Solidário, além das férias de janeiro", contou.

Parque aquático

Outro parque de destaque em Pernambuco é o Veneza Water Park, em Paulista, que completa 20 anos em 2019. O empreendimento abre para o público apenas entre setembro e março. À frente da administração há 12 anos, Felipe Andrade, foi o idealizador da proposta de abrir o parque por temporada. "Quando abríamos todos os dias havia muito prejuízo. O fluxo da alta estação era 70% maior do que na baixa, então não compensava abrir nos meses ruins. Foi em 2007 que decidimos operar em formato de temporada e hoje não temos mais dívidas, fazemos investimentos e um faturamento de R$ 6 milhões por ano", detalhou.

 

Veneza Water Park - Paulista. Foto: divulgação

 

O administrador do Veneza reclama da falta de apoio político e diz que os investidores do parque planejam criar um empreendimento hoteleiro ligado ao parque nos próximos dois anos. "O Beach Park é estimulado pelo governo do Ceará que vende ele como destino turístico. Há investimento em infraestrutura, na rede hoteleira. Aqui no litoral norte não há isso, são só nossos esforços e ainda conseguimos ter 5 mil visitantes por fim de semana", comentou Felipe Andrade.

Também no ramo do parque aquático, o Coqueiral Park, em Olinda, é o único que abre de segunda a domingo, durante o ano todo. O empreendimento é administrado pelo empresário Rubens Arantes. "Abrir o ano todo foi uma decisão em respeito ao tempo do cliente. Temos cerca de 3 mil associados e optamos por estar disponíveis", contou. Apesar do público cativo, 80% dos cerca de 8 mil visitante por mês é de clientes pagantes.

 

Coqueiral Park - Olinda. Foto: divulgação

 

Ecoturismo

Inaugurado no último mês de junho em Gravatá, Agreste do Estado, o Parque Karawá tã aposta num público ligado à natureza e que busca um turismo de aventura, mas sem abrir mão do momento em família. Um dos diretores do equipamento, Jaime Maciel Prado, revela uma peculiaridade do local: "Diferente dos outros parques, esse período de estiagem é considerado a baixa estação. Estamos buscando ser a opção que deve reverter isso, mas Gravatá é um destino muito procurado no primeiro semestre, a partir da Semana Santa."

 

Karawá Tã - Gravatá. Foto: divulgação

 

Com menos de três meses em funcionamento, o espaço teve seu melhor movimento em julho, quando atraiu 4 mil visitantes. Em agosto este fluxo caiu pela metade. "Neste mês de setembro tem sido melhor do que agosto, mas ainda não sabemos o esperar dos próximos meses", avaliou Prado.

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