O varejo brasileiro se surpreendeu com o recorde de vendas registrado na edição deste ano da Black Friday, na sexta-feira passada. Entre os principais motivos para o impulso nos negócios, segundo os empresários, estão a liberação do saldo nas contas do FGTS, os juros nas mínimas históricas e a demanda reprimida por consumo.
O grupo Via Varejo, dono das marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, faturou R$ 1,1 bilhão somente na sexta-feira, desempenho único em apenas um dia de vendas, segundo a companhia. No terceiro trimestre de 2019, a título de comparação, o valor faturado foi de R$ 6,5 bilhões. Trata-se de um "recorde absoluto", nas palavras do presidente da companhia, Roberto Fulcherberguer. "Varejo que suporta Black Friday está preparado para escalar qualquer volume de vendas", comenta.
Leia Também
- Games são campeões de desconto na Black Friday, diz CNC
- Varejo online fatura R$ 3,2 bi na Black Friday, estima Ebit Nielsen
- Compras, correria, filas enormes... Veja como foi a Black Friday 2019 no Grande Recife
- Em dia de Black Friday, consumidores fizeram a festa na 'black fralda'
- Procon autua seis lojas durante a Black Friday no Grande Recife
Fulcherberguer diz que há uma melhora do mercado, com as vendas após a Black Friday ainda aquecidas. Por isso, a expectativa é que o Natal também registre bom desempenho e que o próximo ano seja positivo para o setor. "Essa sinalização de recuperação já é o reflexo que a gente vai ter em 2020", afirma. "Não tenho dúvidas de que esse pacote de melhorias no País está se refletindo no varejo."
O Magazine Luiza não revela os números, mas afirma que as vendas foram positivas tanto no comércio eletrônico quanto nas lojas físicas do grupo. O diretor de e-commerce da empresa, Eduardo Galanternick, conta que o crescimento foi acima da variação do mercado - que neste ano teve alta de 23,1% em relação a 2018, de acordo com dados divulgados pela Ebit/Nielsen.
"É positivo como um todo dar mais poder de compra para o consumidor, seja colocando dinheiro na carteira ou reduzindo custos", avalia.
E-commerce
Já a Amazon, com atuação apenas em e-commerce, também viu na data deste ano o maior dia de vendas da história da companhia no País. Sem revelar cifras, o diretor de varejo, Daniel Mazini, afirma que a quinta-feira pré-Black Friday já foi recordista - até ser superada pelo próprio dia da promoção.
"A gente estava otimista por causa do bom resultado do Amazon Day (em julho de 2019), que tinha sido muito forte, mas o número bateu o que a gente esperava", explica o executivo.
Manzini atribui o resultado da Amazon à expansão de 16 para 30 categorias de produtos à venda no site, ao lançamento do serviço Prime e à comercialização de produtos exclusivos, como a assistente de voz Alexa e o alto-falante inteligente Echo.