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Brasil perto de 1 milhão de empregos formais criados em 2019

O governo Bolsonaro registrou o melhor resultado do período nos últimos seis anos

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 19/12/2019 às 18:19
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O governo Bolsonaro registrou o melhor resultado do período nos últimos seis anos - FOTO: Foto: Divulgação
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Atualizada às 22h57

Puxado pelo bom desempenho dos setores de comércio e serviços, o mercado de trabalho brasileiro criou 99.232 empregos com carteira assinada em novembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia. Esse foi o oitavo mês consecutivo de abertura de vagas formais e o melhor resultado para novembro desde 2010, quando foram abertas 138.247 posto de trabalho.

No acumulado de janeiro a novembro de 2019, o saldo do Caged foi positivo em 948.344 vagas, o melhor desempenho para o período desde 2013, quando a abertura de vagas chegou a 1,546 milhão, na série com ajustes. Em 12 meses até novembro, houve abertura de 605.919 postos de trabalho.

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Os dados trazidos pelo Caged são mais um sinal positivo que chega para fortalecer a ideia de que o crescimento da economia brasileira começa a pegar tração. Serviu, inclusive, para trazer a Bolsa a um novo pico histórico de 115.132,01 pontos, perto do fim da sessão, quando os números foram divulgados.

O saldo de novembro decorre de 1,291 milhão de admissões e 1,192 milhão de demissões. Em novembro do ano passado, houve abertura líquida de 58.664 vagas, na série sem ajustes. O resultado de novembro ficou bem acima do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro.

Para o economista da Fecomércio-PE Rafael Ramos, os números do emprego formal refletem o otimismo do setor produtivo. “Quando o empresário está confiante no médio e longo prazo, ele contrata, porque está prevendo mais vendas ou produção. Então, a geração de empregos neste ritmo é o resultado de um aumento de confiança e comprova a recuperação em curso”, comentou.

Ramos avalia que esse novo impulso na geração de empregos celetistas deverá continuar forte ao longo do ano de 2020. “A projeção de crescimento do PIB para 2019 já chega a 1,2%, e o mais importante disso é que é o setor privado quem está assumindo isso. Então, temos uma recuperação do PIB mais consistente, já que vem do setor privado, e dessa forma não fica preso a questões políticas. Geração de emprego é proxy de desenvolvimento, e por isso a gente espera que esse movimento se mantenha no ano que vem”, avaliou.

Daniel Duque, pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV IBRE, também afirma que o resultado do Caged de novembro demonstra um grande aumento na atividade do período e é mais um sinal de que o Brasil está crescendo bem.
O resultado de novembro foi puxado pelo comércio, que gerou 106.834 postos formais, seguido pelo setor de serviços, que abriu 44.287 vagas de trabalho. O desempenho de comércio e serviços foi mais que suficiente para compensar o fechamento de vagas em praticamente todos os outros setores no mês. A indústria fechou 24.815 vagas, seguida por agropecuária (-19.161), construção civil (-7.390), administração pública (-652) e extração mineral (-290).

Sobre o bom desempenho do comércio, Duque avalia que há o efeito Black Friday. “A cada ano esse movimento fica mais forte, especialmente para as vagas de emprego intermitente. Em grande parte, explica a sazonalidade que está mudando. A Black Friday começa a se espalhar na economia”, disse.

Os dados do Caged mostram a criação líquida de 11.354 empregos com contrato intermitente em novembro, o maior volume desde que a modalidade foi criada.

O pesquisador da FGV avalia que o desempenho fraco da indústria mostra que o setor investiu em produtividade com a automatização, o que vai criar uma tendência de crescimento sem gerar muitas vagas. “Comércio e serviços sempre vão ser puxadores, mas temos a construção civil que está retomando e movimenta toda uma cadeia de serviços”, comentou.

Apesar dos números do Caged, o desemprego continua alto, na casa dos 11,8%, e a sua redução vem ocorrendo mais através dos informais. Para Duque, o desemprego ainda continuará em patamares mais altos porque há mais gente entrando na idade ativa de trabalho, e esses entrantes pressionam a força de trabalho para ter uma base menor de emprego.

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