Investigações

Telexfree: investidor pernambucano é beneficiado pela Justiça

Decisão cria garantia de que o divulgador da empresa terá algo a receber, caso vença a ação contra a empresa

Giovanni Sandes
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Publicado em 16/08/2013 às 0:45
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Decisão cria garantia de que o divulgador da empresa terá algo a receber, caso vença a ação contra a empresa - FOTO: Reprodução
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A Justiça estadual concedeu ontem uma decisão que, apesar do baixo valor envolvido no caso, chama a atenção por ser a primeira no Estado e a segunda no País a beneficiar um investidor da Telexfree. A empresa está no epicentro das investigações sobre pirâmides financeiras. O pernambucano Luiz Fabiano da Cruz Fernandes conseguiu da Primeira Vara Cível da Comarca de Caruaru uma liminar (decisão de caráter provisório) que determina a retirada de R$ 2.561 da conta da empresa para o valor ficar à disposição do pernambucano. Ainda não é devolução, mas ao menos garante que Luiz Fabiano tenha dinheiro a reaver caso vença a ação em que pede devolução do investimento e danos morais.

Ter essa garantia parece pouco, mas um dos grandes problemas das pirâmides é que nelas as pessoas perdem até 90% do que investiram. A empresa atraiu 1 milhão de pessoas, que tomaram empréstimos e até saíram do emprego pelo lucro alto e rápido.

Até ontem, apenas a Justiça de Mato Grosso havia beneficiado um advogado, que investiu R$ 105 mil na Telexfree. Em Pernambuco, no caso de outra acusada de ser uma pirâmide financeira, a BBom, um investidor conseguiu bloquear R$ 150 mil.

São dezenas de empresas como Telexfree e BBom. Todas dizem vender produtos e serviços através do marketing multinível, uma grande rede de pessoas. O problema é que, na avaliação de Ministério Público de vários Estados, Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda e Procons, BBom, Telexfree e muitas outras só conseguiram atrair tanta gente porque, em troca de cobrar taxa de adesão, pagavam grandes bônus para quem atraísse novos afiliados, configurando uma pirâmide, crime contra a economia popular.

A Telexfree foi suspensa pela Justiça do Acre e a BBom pela de Goiás. Muitas outras estão na mira do MP.
Na ação, Luiz Fabiano diz ter investido R$ 2.907 duas semanas antes da paralisação da Telexfree, em 18 de junho. Diante de todas as incertezas do caso e o risco de Luiz Fabiano perder tudo, o juiz da Primeira Vara Cível de Caruaru, Brasílio Antônio Guerra, determinou que o dinheiro fique em uma conta vinculada ao processo em Pernambuco.

DESAFIO

Em um de seus famosos vídeos postados na internet, por onde se comunica com seu exército de investidores, Carlos Costa, sócio e diretor da Telexfree, anunciou um “desafio” ao Tribunal de Justiça do Acre, que na última segunda-feira julgou o décimo recurso da empresa, sem reverter a paralisação. Ele disse que a Telexfree vai apresentar uma petição pedindo um “período de experiência” para ficar 90 dias sem cobrar taxa de adesão, a fim de demonstrar que seria viável. “Isso, veja bem, se o judiciário do Acre deixar”, afirmou. Para conferir, clique aqui.

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