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Grupo mineiro que fazer shopping para sulanqueiros

Empresário diz que feirantes de Caruaru precisam de espaço digno para trabalhar e virarem empresários

Emídia Felipe
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Emídia Felipe
Publicado em 21/09/2014 às 18:17
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Empresário diz que feirantes de Caruaru precisam de espaço digno para trabalhar e virarem empresários - FOTO: Divulgação
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O misto de vigor econômico e alto nível de informalidade no varejo de Caruaru chamou a atenção do grupo mineiro Uai Shopping. Especializada em melhorar as condições de mercado para microempreendedores, principalmente os informais, a companhia planeja erguer um empreendimento na Capital do Agreste Pernambucano: a meta é absorver parte dos mais de 10 mil vendedores da Feira da Sulanca.

“Queremos ajudar a organizar essa feira de modo que possamos dar estrutura digna para essas pessoas trabalharem”, diz o presidente do Grupo Uai, Elias Tergilene, que também já foi ambulante. “Esse projeto é para ajudar essas pessas a virarem empresárias”. Ele esclarece que uma área de 150 mil metros quadrados já está reservada. O projeto que servirá de base será apresentado a feirantes e poder público no próximo mês. “Mas ele não está finalizado, porque os feirantes vão nos dizer como querem e o que precisam”, destaca. Em projetos em favelas do Rio de Janeiro, por exemplo, o shopping tem espaço para ensaio de escola de samba e baile funk. A previsão é que sejam investidos cerca de R$ 100 milhões e que, após aprovado, em seis meses a primeira etapa seja entregue. 

Atualmente, a Feira da Sulanca, focada em produtos da área têxtil, fica numa área aberta junto com a feira de artesanado e a feira livre. Estima-se que entre 10 mil e 13 mil “sulanqueiros” trabalhem no local. Já existe um projeto em andamento na Prefeitura de Caruaru para erguer um centro de compras semelhante ao Moda Center, de Santa Cruz do Capibaribe. O terreno já está disponível, às margens da BR-104. Um comitê misto de gestores públicos e representantes dos empresários está trabalhando no projeto. 

A REDE - “Não temos shoppings, temos feiras”, assegura Tergilene, ao reforçar o caráter popular dos empreendimentos que, segundo ele, focam na “classe G, de gente”. Ele diz que o termo “shopping” foi incluído na marca da empresa para se alinhar ao mercado em que está inserido, mas que sua estrutura e seu método de trabalho são totalmente diferenciados. Os shoppings são geridos uma fundação sem fins lucrativos, a Doimo, que atua diretamente na formação dos empreendedores, junto a parceiros como Sebrae e Fundação Dom Cabral. “Na verdade, somos verdadeiras incubadoras”, explica. A empresa estava entre os expositores que participaram o 13º Congresso da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), em São Paulo, na semana passada. No estande, a Uai mostrava seu portfolio, entre eles quatro shoppings, três em Belo Horizonte e um em Manaus.

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