Operação Trevo

Polícia deflagra segunda fase de operação para combater lavagem de dinheiro através do jogo do bicho

Ação policial investiga esquema que envolve jogo do bicho e máquinas caça-níqueis

Do JC Online
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Publicado em 21/11/2014 às 8:25
Foto: Agência Brasil
Ação policial investiga esquema que envolve jogo do bicho e máquinas caça-níqueis - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Atualizada às 11h18

A Polícia Federal em Pernambuco, em parceria com a Polícia Civil, deflagrou na manhã desta sexta-feira (21) a segunda fase da “Operação Trevo” que visa desarticular esquemas de fraudes e lavagem de dinheiro através do jogo do bicho nas ruas de Recife, Olinda, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes. No último dia 12, a primeira fase da operação desarmou uma organização que agia em 13 estados da federação em atividades que se estendiam desde a prática do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis até a emissão de bilhetes de loteria, disfarçados como títulos de capitalização.

A polícia pretende cumprir 43 Mandados de Busca e Apreensão em residências e estabelecimentos comerciais e  25 Conduções Coercitivas nos bairros de Peixinhos, Imbiribeira, Boa Viagem, Jaboatão, São José, Ibura, Jardim Brasil I e II, Bairro Nova Olinda, Casa Caiada, Espinheiro, Macaxeira, Piedade, Afogados, Timbi, Santo Antonio, Boa Vista, Rosarinho, Casa Amarela, perfazendo um total de 19 localidades. As buscas também estão acontecendo em 16 estabelecimentos comerciais como Banca Aliança, Aky Loterias, Banca Paraibana e Banca Sonho Real.

Até as 11h00, a polícia havia apreendido R5 220 mil na residência do dono da Banca Aliança e R$ 135 mil na casa do proprietário da Caminho da Sorte, além de documentos. Três pessoas foram encaminhadas há sede da Polícia Federal, localizado na área central do Recife, bem como para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DEPATRI) da Polícia Civil, em Afogados, onde serão ouvidas e liberadas.

Nesta fase da operação não foram expedidos mandados de prisão. A polícia realizou o pedido na 4ª Vara Federal de crimes contra a administração pública, mas esta decidiu que era competência da 12ª Vara Criminal do Estado, que por sua vez entendeu que não era o momento de expedir os mandados de prisão.

ENTENDA O CASO - A Operação Trevo desarticulou uma organização criminosa que utilizava empresas filantrópicas para lavagem de dinheiro derivado de bingos, títulos de capitalização e caça-níqueis. Outro segmento do grupo, com sede no estado de São Paulo, era responsável pelo fornecimento de máquinas eletrônicas programáveis (caça-níqueis), tanto para Pernambuco como para outros estados e até para o exterior.

Um terceiro ramo figurava como instituição financeira seguradora de incontáveis bancas de jogo do bicho no nordeste, garantindo o pagamento dos prêmios e promovendo lavagem de dinheiro. O tronco principal da organização registrou uma movimentação financeira registrada em bilhões de reais e atuava tanto no jogo do bicho como a comercialização de bilhetes lotéricos ocultados em título de capitalização em sua modalidade popular, apropriando-se dos valores que deveriam ser destinados a instituições beneficentes ou revertidos em capitalização, obtendo vantagem ilícita em detrimento do povo. Os investigados podem responder pela prática dos delitos de contrabando, crime contra o Sistema Financeiro Nacional, contra a Economia Popular, jogo de azar e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam o limite de trinta anos.

BALANÇO - Na fase anterior da operação foram cumpridos 15 Mandados de Prisão Preventiva em Pernambuco, 04 Mandados de Prisão Temporária, 29 Mandados de Busca e Apreensão, apreensão de 2 milhões de reais, 360 mil dólares, sequestro de valores financeiros em conta bancárias na ordem de R$ 130 milhões de reais, bem como sequestro de 19 veículos de luxo e dos imóveis em nome dos investigados. Ao todo na Operação foram cumpridos 24 Mandados de Prisão Preventiva, 11 Mandados de Prisão Temporária, 61 Mandados de Busca e Apreensão.

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