Os reflexos da Operação Lava Jato, que desmontou esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras e políticos, ainda atingem a parte mais fraca dos envolvidos: os funcionários. Após vários protestos dos trabalhadores da empresa Alusa, demitidos sem receberem os débitos trabalhistas, agora é a vez dos funcionários da Engevix, empresa responsável por obras na Refinaria Abreu e Lima, em Suape, reivindicarem seus direitos. Os trabalhadores se reuniram, na manhã desta terça-feira (9), no pátio da refinária, em protesto contra o atraso no pagamento das dívidas.
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No total, 720 trabalhadores da empresa foram demitidos no dia 19 de novembro. A Engevix teria o prazo de 10 dias para pagar as rescisões, mas, após 20 dias, os trabalhadores ainda não receberam os valores devidos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), a Engevix se disponibilizou a pagar os atrasados no dia 29 de dezembro. O prazo, no entanto, é negado pelos trabalhadores, que não querem passar o período de Natal e o fim do ano sem a certeza de que vão receber o que merecem.
Muitos funcionários da Engevix são de outros Estados e estão vivendo em alojamentos enquanto aguardam o pagamento da empresa. No caso da Alusa, outra empreiteira responsável por obras na Refinaria Abreu e Lima, 4.600 funcionários aguardam o pagamento das dívidas trabalhistas, que chegam a R$ 137 milhões. Após um acordo entre o sindicato e a empresa, ficou definido que o débito será quitado no dia 19 deste mês.