A queda do castelo de cartas da Petrobras, na obra da Refinaria Abreu e Lima, tem impacto das empreiteiras às empresas de serviços. No próximo dia 13 serão demitidos os últimos 35 funcionários da empresa fluminense Cambraia e Barros Ltda, que trabalhavam no contrato com a Alusa. Especializada em terceirização de hospedagem, há 5 anos a empresa atua em Suape, oferecendo serviços de limpeza, manutenção e hospedagem para repúblicas de trabalhadores. A Alusa acumula uma dívida de R$ 1,2 milhão com a prestadora, que está há 7 meses sem receber.
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“Não temos mais como manter a prestação de serviços. Somos sensíveis ao problema dos trabalhadores, mas não podemos bancar os funcionários da Alusa nos alojamentos porque ela não está nos pagando. A Compesa já cortou a água de algumas casas e a Celpe vai começar a cortar a energia. Se não recebemos não conseguimos honrar nossas despesas”, diz Márcio André, supervisor local da Cambraia e Barros, no escritório localizado no bairro de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho.
O repasse do calote atinge também os proprietários de casas no bairro. O balneário, que viveu uma “farra de locação” aos consórcios contratados pela Petrobras, agora contabilizam prejuízos. “Só a dívida de aluguel com os proprietários das casas chega a R$ 300 mil”, calcula Márcio. Por enquanto, a empresa estava relocando os trabalhadores de um alojamento para outro, a medida que os operários iam voltando para casa. No galpão da empresa, colchões, ventiladores, frigobares e pertences de operários se amontoam.
A Cambraia chegou a ter 30 alojamentos com operários da Alusa, mas hoje os ativos não passam de sete. “Estão dizendo que temos só até o dia 13 para continuar aqui. Depois vão botar a polícia em cima da gente e a gente vai ter que acampar na praia”, diz o montador maranhense José de Ribamar. O Ministério Público da União e o do Trabalho enviou cartas aos locatários recomendando que os operários não sejam despejados.