AGRESTE

Caruaru cresce, mas construtoras estão cautelosas

Empresas acreditam na continuidade do desenvolvimento econômico, mas dizem que mercado é afetado pelo contexto econômico

Emídia Felipe
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Emídia Felipe
Publicado em 01/02/2015 às 8:07
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Empresas acreditam na continuidade do desenvolvimento econômico, mas dizem que mercado é afetado pelo contexto econômico - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Os indícios de que Caruaru cresce mais do que o Recife estão na contagem populacional: enquanto a “capital do Agreste” atraiu 8,7% mais moradores entre 2010 e 2014, na capital oficial esse percentual foi de 4,6%. Dentro do próprio mercado da construção há diversos exemplos de pessoas que se mudaram permanentemente, como a engenheira da Moura Dubeux Marília Soares, 24 anos; e o corretor de imóveis Fabiano Carvalho, 40, diretor da imobiliária que leva seu nome. Há ainda casos como o do sócio-diretor da Maxplural, Júlio Souza, 43, que passa a maior parte da semana em Caruaru.

O que ocorre com eles se repete em diversos segmentos consolidados ou emergentes. Pautada principalmente pela indústria e comércio têxtil, a economia caruaruense também cresceu através dos serviços. Há menos de 10 anos, havia só dois cursos de ensino superior. Hoje, são mais de 34, sem contar os tecnólogos, os técnicos e as pós-graduações. O comércio fora das confecções avança pelos dois shoppings que a cidade já tem. Outro indicador que se houve muito entre os empresários é o do cafezinho: há cinco anos, era praticamente impossível achar um café expresso na cidade; hoje, 17 cafeterias oferecem o produto. Fatores que levaram o Produto Interno Bruto da cidade crescer 5% em 2014, acima das médias estadual e nacional.

CAUTELA - Os empresários da construção civil se mostram confiantes na continudade do desenvolvimento econômico de Caruaru, mas olham para 2015 com cautela quando se fala especificamente de mercado imobiliário. Diretor da CP Construções, uma das maiores empresas da área no Agreste, Cláuston Pacas diz que os sinais de arrefecimento começaram em 2014, por isso sua empresa não fez lançamentos no ano passado e tem planos de colocar no mercado só um empreendimento este ano – mesmo assim, em Tamandaré (Litoral Sul do Estado). “O mercado está muito travado. Por isso estamos focando em nichos de mercado e sempre baseados em pesquisas”, diz o empresário.

João Bezerra, que, além da fazer parte da Acic também é um dos sócios da Bezerra Engenharia, fundada há 28 anos. Para ele, o crescimento demográfico vai sustentar a produção, porém mais voltado para habitações populares. Ele acredita que haverá menos lançamentos em 2015 na cidade. “O ânimo daqui e da capital é o mesmo, de precaução”.

Presidente da Brapor, José Castro compara os mercados de Recife e Caruaru e diz que, se por um lado a pressão dos preços é menor na cidade do Agreste, por outro a capacidade de absorção é menor do que no Recife. “Não temos dúvida de que a demanda continua, mas se não houver cuidado por parte das construtoras, poderá se tornar difícil a absorção de novas unidades”, analisa.

Por outro lado, há vozes mais otimistas. Fabiano Carvalho, que foi do Recife para Caruaru há quatro anos, assegura que 2014 foi um ano de ótimos resultados, com avanço de 15% nos seus negócios. “Aqui há muita coisa crescendo, como nas áreas médica e jurídica”, diz o corretor, que tem pelo menos quatro lançamentos para trabalhar no mercado caruaruense nos próximos dois meses.

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