Porto do Recife S.A anunciou na tarde desta quarta-feira (22) uma parceria com o Instituto de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para realização de estudo técnico de obras de dragagem do canal de acesso para receber navios de maior porte. Dragagem é um tema antigo para o terminal e mesmo com esse contrato, que praticamente sairá de graça para a instituição, não há garantias de que a obra seja realizada, pois depende de verbas federais que atualmente passam por contingenciamento devido à crise fiscal do País. Uma empresa privada cobraria algo em torno de R$ 3 milhões pelo serviço, disse o presidente do Porto, Olavo Lima.
O INPH é ligado à Secretaria Especial dos Portos da Presidência da República que tem orçamento de R$ 3,8 bilhões para obras em terminais marítimos brasileiros. Sem o estudo do INPH ainda não é possível saber o valor que será empregado na obra do Porto do Recife. Apesar das incertezas, Olavo Lima, está confiante. "Estamos correndo atrás e nos posicionando (para receber os recursos). Em 2016 o Brasil deverá estar melhor", disse o executivo em entrevista coletiva.
Leia Também
Os dados levantados pelo INPH servirão de referência para edital de licitação da nova dragagem. Um dos objetivos é aprofundar o canal de acesso de forma a permitir que navios de maior porte atraquem no terminal, de forma a atrair embarcações que trazem mercadoria diretamente para o Recife e que hoje são obrigadas a ir para o Porto de Suape.
A primeira ação do INPH é relaizar batimetria para conhecer o relevo marinho do Porto do Recife. Com esses dados tabulados, eles serão carregados num simulador de navios, que fica na sede do órgão, no Rio de Janeiro. Nesta fase, técnicos da Capitania dos Portos e da Praticagem do Porto vão à capital fluminense para opinar sobre as melhores formas de dragar o porto. O projeto de dragagem prevê um contrato de cinco anos com empresa especializada em dragagem que deverá fazer manutenção anual contra o assoreamento do cais.
Estudo deve ficar pornto até o final do ano e licitação deverá acontecer em 2016. Esse projeto é diferente das obras de reforço do Cais 7 ao 10 que foi licitado no ano passado e ainda não teve os recursos de R$ 160 milhões liberados pelo governo federal. Esta obra foi vencida pela Galvão Engenharia que está em processo de recuperação judicial e está implicada no escândalo da Petrobras.
"Ainda não sabemos o quanto será liberado, depende do contigenciamento que será implementado pela presidente Dilma ao orçamento de 2015. Sobre a Galvão Engenharia, a recuperação judicial não impede que a empresa realize seus contratos. Mas se ela tiver algum impedimento, procuraremos a segunda colocada no edital (Queiroz Galvão). Se esta também não quiser procuramos a terceira (Odebrecht), mas acho difícil isso acontecer", disse Olavo Lima. Todas estão envolvidas no escândalo da Lava Jato.