PETRÓLEO

Mais uma unidade de tratamento e tanques estão aptos a funcionar na Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

A autorização para esses novos equipamentos foi publicada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) ontem no Diário Oficial da União

Da editoria de economia
Cadastrado por
Da editoria de economia
Publicado em 26/06/2015 às 8:00
Foto: Heudes Regis/ JC Imagem
A autorização para esses novos equipamentos foi publicada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) ontem no Diário Oficial da União - FOTO: Foto: Heudes Regis/ JC Imagem
Leitura:

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) publicou ontem a autorização de n° 566 que permite o funcionamento de mais uma unidade de tratamento de amina da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e a implantação de mais oito tanques para armazenar diesel hidrotratado, nafta pesada, diesel final e nafta petroquímica. No entanto, a autorização informa que a capacidade de processar (refinar) do empreendimento continua limitada em 11.765 metros cúbicos por dia, o que corresponde a 64% da capacidade nominal do empreendimento. A limitação ocorre devido à falta de implantação da Unidade de Abatimento de Emissões, que faria o empreendimento ser menos poluente. Instalada em Suape, a Rnest é uma das obras citadas na Operação Lava Jato, um esquema de propina milionário envolvendo diretores da petrolífera, de empreiteiras e políticos.

A unidade de tratamento de amina remove os gases ácidos gerados no processo industrial da refinaria, que recebe o barril de petróleo e pode transformá-lo em diesel, gerando alguns subprodutos, como a nafta petroquímica. Segundo técnicos do setor, a liberação do funcionamento da unidade de amina ocorre para obedecer à legislação ambiental que exige o tratamento desses tipos de gases.

A reportagem do JC procurou a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Petróleo para saber o que muda com a publicação da nova autorização, mas a agência pediu para que os questionamentos fossem feitos à Petrobras. A assessoria de imprensa da Petrobras informou que a ANP autorizou a operação de uma unidade de tratamento e oito tanques de estocagem de produtos da Rnest e que não foi alterada a capacidade de processamento da refinaria.

Na nova portaria, a ANP revogou a autorização de n° 506 de 3 de dezembro de 2014, que possibilitou a entrada em operação do empreendimento. Até maio último, a Rnest operava com apenas 19% da sua capacidade total, de acordo com a Petrobras.

Também em maio, a Justiça Federal no Paraná decretou o bloqueio de R$ 544 milhões de duas empreiteiras e de uma empresa fornecedora de tubos nas obras da Rnest dentro das ações de improbidade da Lava Jato, segundo informação divulgada pelo procurador da República, Deltan Dallagnol. Antes da Lava Jato, a Rnest teve denúncias de superfaturamento feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que chegou a aconselhar a suspensão do repasse de recursos federais para as obras do empreendimento.

Anunciada em 2005, a Rnest tinha um custo de US$ 2,4 bilhões (R$ 7,44 bilhões) e deveria ser concluída, inicialmente, em 2010. Em março de 2015, a ex-presidente da estatal, Graça Foster, anunciou que o custo de implantação estava em US$ 18,5 bilhões (cerca de R$57,3 bilhões com o dólar a R$ 3,10).

O empreendimento entrou em operação em dezembro do ano passado e até agora a Petrobras não informou quando a refinaria vai atingir a sua capacidade total.

Últimas notícias