O Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) aprovou 36 projetos, incluindo 23 indústrias, dez importadoras e três centrais de distribuição. Os projetos industriais investirão R$ 97,1 milhões em 11 projetos de ampliação (com novas linhas fabris) e nove de implantação de empreendimentos. Os projetos vão gerar 838 postos de trabalho, dos quais 556 ficarão no interior e 282 na Região Metropolitana do Recife. Geralmente, o governo do Estado anunciava um grande investimento nas reuniões do Condic, o que não ocorreu este ano devido à crise econômica, que está provocando um freio nos novos investimentos.
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Entre os projetos anunciados, o maior é a primeira ampliação da fábrica da Arno, que demandará um investimento de R$ 23,6 milhões na implantação de uma nova linha de produção de ventiladores e liquidificadores. A unidade pernambucana do grupo foi anunciada em maio, com um investimento inicial de R$ 25 milhões para fabricar ventiladores e máquinas de lavar. A previsão é que a unidade funcione em agosto próximo em Jaboatão dos Guararapes. No gráfico acima, estão os 10 maiores projetos industriais aprovados ontem, listados pelo valor do investimento. Preveem a produção cerveja artesanal, pallets, produtos químicos, colchões, parafusos, produtos de limpeza, acessórios para veículos, medicamentos, entre outras coisas.
“É muito importante ter ampliações, porque elas são confirmações de que as empresas fizeram a escolha certa do lugar para investir. Nos anima esse investimento de quase R$ 100 milhões. No primeiro trimestre deste ano, perdemos mais de 50 mil empregos. A nossa expectativa é de que depois de atravessar esse momento de crise, venha uma fase de empregos mais perenes e apareçam mais empreendimentos, que sinalizem a retomada do crescimento”, resume o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões.
Já as importadoras aprovadas pelo Condic vão comprar de azeite de oliva a produtos químicos (como polímeros, ácidos, entre outros), equipamentos para uso industrial, entre outros. Elas devem movimentar, anualmente, cerca de R$ 174,7 milhões na aquisição de mercadorias que vão trazer mais cargas para os portos do Estado.
Ainda na reunião do Condic, o engenheiro Aurélio Nogueira, que representa a indústria no conselho, entregou a Thiago Norões um pedido para que as empresas beneficiadas pelo Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) em 1999 não fiquem sem o desconto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a partir de 2016. Pela lei do programa, os incentivos podem ser concedidos por 16 anos. O Prodepe dá um desconto de até 75% do ICMS para as empresas instaladas na RMR.
“As empresas que foram enquadradas em 1999 podem perder um desconto de 47,5% do ICMS a pagar em 2016. Isso vai causar uma distorção com as companhias que fazem parte do programa”, conta o presidente da Sociedade Pernambucana de Planejamento Empresarial, Márcio Borba. Com relação ao assunto, Norões afirma que a intenção do governo é dar um tratamento isonômico às empresas, mas que ainda não há uma definição de como isso será feito.