O governo elegeu alguns setores prioritários para a nova política anti-demissões, que incluiu corte de jornada e salários de empresas em dificuldade financeira. Os primeiros setores a entrar no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) deverão ser: sucroalcooleiro, metalúrgico, automotivo, de componentes eletrônicos e de produção de carne.
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A lista será mais ampla e deverá ser formulada dentro de duas semanas. Esses são os segmentos que mais têm recorrido ao lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho). Segundo Confederação Nacional da Indústria (CNI), 60% das indústrias extrativas e de transformação reduziram mão de obra e número de empregados nos últimos seis meses, e as demissões continuarão nos próximos seis meses.
No Estado, o PPE, pelo menos num primeiro momento, não deve ter forte adesão em bloco. Setores com altas taxas de demissão nos últimos meses, como comércio, serviços e construção civil e pesada, são compostos localmente por muitas empresas de pequeno e médio porte. Muitas delas não sabem como o mercado irá se comportar até o fim do ano e temem que, com a adesão, fiquem enrijecidas, já que não poderão demitir. Outras de grande porte, como o Estaleiro Atlântico Sul, já preveem que haverá demissão até o fim do ano, o que também inviabiliza a adesão. “É preciso ver caso a caso”, ressalta o consultor jurídico e empresarial José Otávio Patrício de Carvalho. O consultor trabalhista Marcos Alencar acredita que faltou uma “válvula de escape”, que facilitaria a adesão para quem está fora do “gigantismo” empresarial.
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta) já sinalizou que não há possibilidade de adesão. “Não vamos pagar a conta do prejuízo”, disse a presidente Dulcilene Morais. Renato Cunha, do Sindicato da Indústria do Açúcar, avalia a medida como embrionária, assim como a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife.