Morar na beira-mar é um sonho de muitos, mas custa caro e se torna realidade para poucos. Esse grupo de moradores que vive de frente para a praia ficou ainda mais seleto com a expansão do mercado imobiliário e a consequente escalada de preços. Mas um trecho de 2,5 quilômetros do litoral de Olinda que até julho não possuía orla acabou virando uma exceção para a regra. A chegada da infraestrutura veio justamente no momento em que o mercado está desaquecido e revelou opções mais variadas – algumas tão luxuosas quanto os prédios da Avenida Boa Viagem –, por preços bem abaixo dos praticados em outras áreas da Região Metropolitana do Recife.
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Ao longo da Avenida Ministro Marcos Freire (que agora totaliza 6,25 quilômetros com ciclovia em toda a sua extensão), pelo menos quatro edifícios estão em construção e outros de portes variados já estão prontos para morar. “Houve uma valorização grande da área em termos de estrutura e procura, mas, com o mercado desaquecido, não dá para cogitar aumento de preços. É uma área de muito potencial”, garante o diretor da AWM Engenharia e sócio da Ademi-PE, Alexandre Mirinda.
Segundo ele, o preço do metro quadrado na região está em torno de R$ 6,5 mil, um pouco acima da média geral do Recife, calculado em R$ 6,02 mil pelo Índice FipeZap de setembro. No trecho de Casa Caiada, o Edifício Opium, por exemplo, com cinco anos de construção, tem apartamentos disponíveis de 75 metros quadrados por cerca de R$ 450 mil. Já nas torres do Estação das Paineiras, no mesmo bairro, uma das construções mais desejadas e imponentes da beira-mar, as unidades de 165 metros quadrados estão avaliadas em cerca de R$ 1,4 milhão. Na Avenida Boa Viagem, um apartamento um pouco menor, de 155 metros quadrados, sai por R$ 2,1 milhões.
“A beira-mar de Boa Viagem é uma exceção. Com uma oferta cada vez menor de terrenos, é difícil estabelecer um valor do metro quadrado ali, mas com certeza estão muito acima dos praticados na beira-mar de Olinda”, explica Mirinda. Ele ainda afirma que o número de vendas dos imóveis de frente para a praia na cidade estão chegando ao dobro das praticadas em bairros visados do Recife como Casa Amarela e Casa Forte.
Diferente do que se vê no Pina, Boa Viagem ou Piedade, a orla de Olinda ainda não é contornada por um paredão de prédios. “Ainda tem muito a coisa do bairro, de conhecer os vizinhos, de circular perto de casa. Adoro viver aqui”, afirma a moradora e corretora Riva Mota. Com algumas unidades para vender na vizinhança, ela garante que é esse clima que tem atraído muitos compradores recifenses.
Essa procura e a maior disponibilidade de terrenos já está chamando a atenção de grandes construtoras, como a Moura Dubeux, que até dezembro pretende fazer seu primeiro lançamento na cidade. “Há alguns anos vínhamos procurando uma área para investir em Olinda, mas ainda não tínhamos encontrado uma opção boa, à beira-mar, para um projeto bonito. Agora vamos oferecer um produto com a opção da orla e metro quadrado acessível”, diz o diretor regional da construtora, Homero Moutinho.
NOTA DA REDAÇÃO: Depois que a matéria foi publicada, a gente percebeu que havia um erro de digitação no título. Como a reportagem estava sendo muito compartilhada, resolvemos não excluí-la, mas mostamos de novo, com título corrigido. Veja no link abaixo.