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A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) começou a fazer estudos considerando a vazão do reservatório de Sobradinho, na Bahia, em 500 metros cúbicos por segundo, quando a atual é de 800 metros cúbicos por segundo. Essa redução pode ocorrer como uma maneira de poupar a água do reservatório, caso ocorra, de novo, uma estiagem severa. “Não estamos defendendo que essa redução vá ocorrer. As chuvas na região ficam imprevisíveis com o fenômeno climático El Niño. Não podemos só esperar. Esses estudos são prospecções para o futuro”, explica o superintendente de Operações da estatal, Ruy Barbosa Pinto Júnior. Atualmente, a vazão do lago é a menor de toda a sua história.
Maior reservatório do Nordeste, Sobradinho fornece a água usada na irrigação do polo de fruticultura de Petrolina e abaixo dele estão 12 pontos de captação para 37 cidades do Sertão pernambucano.
Segundo Ruy Pinto, a vazão de 500 metros cúbicos por segundo será adotada apenas se Sobradinho chegar ao volume morto, o que não está sendo esperado, até agora, depois das chuvas de janeiro. Em dezembro último, o reservatório chegou a 1% do seu volume útil, aquele localizado acima do volume morto, quando a água do lago não pode mais ser usada para a geração de energia. No final de 2015, Sobradinho não chegou ao volume morto devido às chuvas que ocorreram em dezembro.
Na última quarta-feira, Sobradinho estava com 12,9% do seu volume útil. Esse percentual era de 18,3% há um ano. Sobradinho responde por 60% de todo o armazenamento de água para gerar energia no Nordeste. A redução da vazão é realizada com a aprovação de um colegiado que tem a participação de vários órgãos da União.
A vazão ambientalmente correta de Sobradinho é 1300 metros cúbicos por segundo. No ano passado, a vazão estava em 900 metros cúbicos por segundo para poupar água. A diminuição da vazão prejudicou a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que retira a água abaixo do reservatório para abastecer 37 cidades. “Deveriam ser feitos os ajustes da captação para vazões mais baixas de imediato, porque elas funcionariam na alta e na baixa”, defende o presidente da distribuidora, Roberto Tavares. Desde o ano passado, a estatal pernambucana precisa fazer adaptações que custarão R$ 12 milhões para captar a água do São Francisco com a vazão mais baixa. Até agora, não houve definição sobre quem vai bancar a obra. Resultado: a distribuidora tem que fazer limpezas mais frequentes nessas tubulações e aprofundar os canais de captação, o que resulta em mais custos para a prestação do serviço.