As consequências da tríplice epidemia (de dengue, zika e chicungunha) estão diminuindo os clientes de alguns serviços, como o Centro de Diagnóstico Boris Berenstein, e aumentando a demanda por outros como o Real Hospital Português. “Não bastou a crise na economia, agora temos uma crise na saúde. Mais de 10% dos nossos pacientes estão faltando aos exames porque estão com essas doenças ou tem alguém da família que está”, lamenta o presidente do Boris Berenstein, o médico Boris Berenstein. Sem citar números, ele diz que a desistência dos pacientes deve provocar uma pequena redução do faturamento.
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“Também percebemos que houve um ligeiro aumento das grávidas fazendo exames de imagem”, diz. Ele acredita que esse incremento é uma consequência da relação entre o vírus da zika e a microcefalia em recém-nascidos.
O centro de diagnóstico possui cinco clínicas e 250 colaboradores. Desde janeiro, em média, um pouco mais de 5% dos funcionários do grupo tem se afastado do trabalho por causa de viroses e arboviroses, as que são transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti. [TEXTO]“É uma má gestão [/TEXTO]na área de saúde junto com falta de saneamento, de educação e de ter cuidado com o lixo que provocaram essa situação. Latas e garrafas são jogadas no meio da rua”, critica Boris. Esses recipientes podem se tornar criadouros do mosquito que transmite a doença.
Não é só na saúde que as doenças impactam os serviços. “Percebemos alguns cancelamentos das reservas de hospedagem, porque algumas pessoas ficaram com medo dessas doenças”, diz um dos sócios da Pousada do Amparo, Kleber Dantas.
Já quem lida diretamente com o atendimento de quem está doente, está tendo que contratar mais pessoas. “Esta semana, aumentamos as poltronas destinadas ao atendimento na recepção que eram 30 e agora são 50. Implantamos mais dois consultórios clínicos e contratamos quatro médicos para atender no horário de pico”, diz o coordenador da emergência geral do Real Hospital Português, Petrus Costa Silva.
Segundo ele, somente esta semana houve um aumento de 50% a 60% na emergência do hospital provocado principalmente pelo surto de arboviroses somadas com as viroses que geralmente acometem as pessoas depois do Carnaval. “Todo extra gera um impacto financeiro, mas não dá para quantificar isso agora”, explica Petrus. Ele alega que está sendo analisado se há a necessidade de contratar mais profissionais que dão assistência aos pacientes, como por exemplo enfermeiros. No Português, a quantidade de faltas dos funcionários ao trabalho – provocada por doenças – está no mesmo patamar de 2015.